Os membros do G-20, grupo de países em que o Brasil tem papel de liderança, encerraram uma conferência no Paquistão em que exigiram a redução dos subsídios agrícolas nos países desenvolvidos e a redução das tarifas de produtos agrícolas. O objetivo é assegurar a igualdade no mercado internacional e o acesso global para os países do Terceiro Mmundo, onde 70% das populações dependem diretamente da agricultura.
O ministro de Relações Exteriores do Brasil, Celso Amorim, afirmou que o G-20 pode adotar medidas como o boicote das negociações da OMC, caso "o mundo industrializado não atenda ao nosso chamado". O G-20 também advertiu que se os países desenvolvidos não derem uma resposta positiva a suas propostas sobre os subsídios agrícolas e a próxima conferência ministerial da Organização Mundial do Comércio (OMC), prevista para dezembro em Hong Kong, pode acabar em fracasso.
Segundo a declaração conjunta dos países-membros do G-20, as propostas desse grupo são "tecnicamente consistentes, politicamente críveis e fornecem uma estrutura básica para avançar em direção a um consenso".
Os países em desenvolvimento reiteraram seu compromisso para concluir as negociações sobre a Agenda de Doha em 2006 de maneira que se fortaleça seu objetivo comum de eliminar as políticas agrícolas dos países desenvolvidos.
Também destacaram a importância dos Produtos Especiais e o Mecanismo de Segurança Especial como elementos cruciais das negociações e afirmaram que o G-20 está disposto a contribuir para a iniciativa do G-33, de preparar uma lista de Produtos Especiais que atendem às necessidades de assegurar a alimentação, a renda e o desenvolvimento rural de seus países.
O G-20 foi formado em 2003 a partir da Reunião Ministerial de Cancún da OMC e atualmente é composto por 10 países da América Latina (Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Cuba, México, Paraguai, Guatemala, Venezuela e Uruguai), cinco africanos (Egito, Nigéria, África do Sul, Tanzânia e Zimbaue) e seis asiáticos (China, Índia, Indonésia, Paquistão, Filipinas e Tailândia).
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