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O IBGE divulgou nesta sexta-feira os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD 2004), revelando um retrato mais positivo do país principalmente em termos de emprego e renda. Depois de apresentar queda desde 1997, o rendimento médio real da população ocupada parou de cair e a distribuição de renda melhorou. O nível da ocupação (percentual de pessoas ocupadas na população de dez anos ou mais de idade) atingiu 56,3%, o maior nível desde 1996.

A renda média real da população ocupada foi de R$ 733, estável em relação a 2003, mas ainda longe de recuperar a perda real de 18,8% em relação a 1996, ano em que a remuneração alcançou seu ponto máximo (R$ 903) desde o início da década de 1990. A boa notícia é que a metade da população que ganha os menores rendimentos teve ganho real de renda de 3,2%, enquanto a outra metade, que ganha mais, teve uma pequena perda (-0,6%).

Com isso, a concentração de renda, que já vinha despencando desde o início do Plano Real, caiu ainda mais. O Índice de Gini (que mede a distribuição de renda) recuou de 0,554 na pesquisa de 2003 para 0,547 em 2004 (quanto mais perto de zero, melhor). Segundo o IBGE, este resultado é o mais baixo desde 1981.

Por outro lado, a remuneração média das mulheres ocupadas representava 69,3% do recebido pelos homens em 2004 e praticamente não houve mudança de patamar em relação a 1999, quando a percentagem era de 69,1%. Entre os empregados, o rendimento médio mensal do trabalho das mulheres representava 89,2% do que ganhavam os homens; e entre os empregadores, 72,5%. Já entre os trabalhadores domésticos, era de 70,9%; e nos trabalhadores por conta própria, 65,1%.

A pesquisa foi feita com base em entrevistas com quase 400 mil pessoas e visitas a quase 140 mil domicílios em todo o Brasil.

Pela primeira vez, a PNAD investigou também as áreas rurais de Rondônia, Acre, Amazonas, Roraima, Pará e Amapá. Além dos resultados com a cobertura completa da pesquisa em 2004, foram apresentados dados harmonizados com a abrangência geográfica dos anos anteriores, para viabilizar as séries históricas.

Os dados da PNAD 2004 mostram que o crescimento da população ocupada no ano passado se deu em todos os grupamentos de atividades não-agrícolas. As taxas de crescimento mais altas ocorreram em serviços (16,6%) e indústria de transformação (6,8%). O menor aumento foi no grupamento da construção (1,5%). Na indústria de transformação, o aumento mais expressivo foi o da categoria dos empregados com carteira de trabalho assinada (11,6%), mas o crescimento na categoria dos empregados não-registrados também foi relevante (4,8%).

No grupamento da construção, também houve aumento substancial no número de empregados com carteira assinada (12,7%), sinalizando o aquecimento do segmento das grandes construtoras. Também cresceu (5,0%) o número dos sem carteira, que tinham mais de 70% do seu contingente em empreendimentos com até cinco ocupados. Já os trabalhadores por conta própria tiveram redução de 4,6%. Como esses trabalhadores abarcavam 42,8% do pessoal ocupado na construção, a sua redução teve efeito sensível na taxa de crescimento deste segmento.

Já a participação das pessoas ocupadas em atividades agrícolas na população ocupada do país caiu de 28,4% em 1992 para 19,9% no ano passado. De 2003 para 2004, a proporção de pessoas com carteira de trabalho assinada no contingente de empregados em atividade agrícola subiu de 30,0% para 32,3%, alcançando o nível mais elevado desde 1992.

O pessoal ocupado em atividade não-agrícola cresceu 4,3% de 2003 para 2004. No período, esse contingente teve crescimento em todas as três categorias do emprego: de 6,3% na dos com carteira de trabalho assinada; 4,5% na dos militares e funcionários públicos estatutários e 7,8% na dos sem carteira.

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