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Bruno Fernandes, consultor em gestão de pessoas e professor de Administração da Universidade Positivo | Divulgação
Bruno Fernandes, consultor em gestão de pessoas e professor de Administração da Universidade Positivo| Foto: Divulgação

Sucessão

Formação de novas lideranças traz resultado no longo prazo

Quem chega ao topo tem pela frente um grande desafio: a sustentabilidade dos resultados. Para isso, é preciso institucionalizar as boas práticas de gestão em todos os espaços da empresa, acompanhando e promovendo mudanças quando necessário. "Uma empresa pode obter sucesso e ser bem vista por meio do esforço de um presidente brilhante, um fundador extraordinário, um sujeito com grande capacidade de realização. Mas, se os processos de gestão de pessoas não forem institucionalizados de maneira que se criem novas lideranças tão boas quanto essa pessoa para conduzir o negócio, o que se percebe é que, da mesma forma que essa empresa conquista o sucesso, ela pode retroceder. É um voo de galinha", avalia o consultor em gestão de pessoas Bruno Fernandes.

Fazer parte do grupo das melhores empresas para se trabalhar é o desejo de muitas companhias, mas chegar lá exige muito mais do que algumas práticas isoladas de gestão de pessoas. Embora não exista uma receita universal que se aplique a todas as empresas indiscriminadamente, é possível dizer que a trilha para o sucesso vem da combinação de práticas de gestão consagradas e com o foco da organização no desenvolvimento de um ambiente melhor.

Há seis anos, o consultor em gestão de pessoas e professor de Administração da Universidade Positivo (UP) Bruno Fernandes analisa as práticas das melhores empresas para se trabalhar, utilizando o banco de dados do ranking feito pela Fundação Instituto de Administração (FIA), da Universidade de São Paulo (USP), para a Revista Exame. Estudioso do assunto há mais de uma década, ele afirma que há uma relação direta entre práticas de gestão de pessoas que ele define como mais sofisticadas e bons ambientes para se trabalhar. "Analisando a pesquisa há vários anos, é possível perceber a estabilidade dessa relação nas empresas bem avaliadas por seus funcionários", diz.

Em geral, são ações já conhecidas da maioria das organizações. A diferença está na forma como as ferramentas são usadas pelas empresas. Na prática, isso implica gastar um pouco mais de energia para garantir processos estruturados de recrutamento e seleção, sistemáticas de avaliação de desempenho, investimento em treinamento e desenvolvimento, planos de carreira e políticas de remuneração. Tudo isso atrelado ao desenvolvimento do profissional. "Algumas vezes as empresas conduzem a gestão de pessoas de maneira muito informal, intuitiva, sem uma política clara. Não funciona quando o objetivo é criar um bom ambiente de trabalho", ressalta Fernandes.

As empresas que esperam fórmulas prontas tendem a se decepcionar. Não existem práticas de gestão de pessoas universais que se apliquem a todas às empresas indiscriminadamente, garante o consultor. O que as companhias com os melhores ambientes de trabalho fazem é olhar para o mercado de trabalho, para a sua realidade e seu setor e desenhar ações de gestão de pessoas específicas e alinhadas com os seus objetivos, tentando sempre equalizar as expectativas da organização e dos funcionários.

Segundo Fernandes, um denominador comum é a forte crença dessas organizações na importância das pessoas para realizar e obter resultados para o negócio. E isso muda a forma como a gestão é feita.

Estar no ranking das melhores ajuda a criar uma marca extremamente favorável do ponto de vista da atratividade: a empresa passa a ser objeto de desejo dos profissionais. "Isso dispara uma lógica muito interessante: a empresa atrai bons profissionais, suas práticas melhoram e tudo isso impacta positivamente o desenvolvimento da empresa", afirma.

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