
A sustentabilidade é hoje um tema bastante discutido no Brasil e no mundo. Grande parte da iniciativa pública e privada, além do terceiro setor, está atenta para a necessidade de manter o equilíbrio entre desenvolvimento e o consumo de recursos naturais. No entanto, para criar e gerenciar projetos ambientais, sintonizados com os objetivos das organizações, são necessários profissionais qualificados, o que, além de aumentar a demanda por esse tipo de curso, está valorizando o currículo de quem já possui pós-graduação na área.
É o caso de Assef Said, 43 anos, economista e recentemente formado no mestrado profissional em Gestão Ambiental do Centro Universitário Positivo (Unicenp). Quando terminou a pós-graduação, Said fechou a pequena empresa de representações comerciais de que era proprietário e abriu o Instituto Tecnológico e Ambiental do Paraná (Itapar). "Quando começou [a onda do desenvolvimento sustentável] eu visualizei uma carência de especialistas. Hoje existe um mercado inteiro voltado para isso, com oportunidades em instituições financeiras e diversos institutos", explica Said.
O Itapar é uma organização sem fins lucrativos que faz projetos e oferece consultorias na área ambiental. Segundo Said, atualmente trabalho não falta. "Somos procurados por diversas empresas para fazer projetos. Hoje, um dos trabalhos que desenvolvemos é um estudo para a implantação de um shopping em Curitiba. Também estamos discutindo uma parceria com a Fiep [Federação das Indústrias do Estado do Paraná] para oferecer consultoria para a industria paranaense".
Cursos
Assim como Said, vários outros profissionais estão buscando em pós-graduações a qualificação necessária para entrar nesse mercado. E não é somente nas especializações (lato sensu). No curso de doutorado em Meio Ambiente e Desenvolvimento da Universidade Federal do Paraná (UFPR), a demanda é intensa. "Temos hoje uma concorrência de oito a 10 candidatos por vaga. É uma procura quase de vestibular", afirma o coordenador do programa, José Milton Andriguetto.
O curso, que tem caráter mais cientifico e estratégico, trabalha dentro de uma lógica interdisciplinar para tratar de problemas ambientais por meio da interface entre sociedade e natureza. "Nosso objetivo é desenvolver metodologias que permitam o diálogo entre estas instâncias", explica Andriguetto. O programa abriu edital de seleção recentemente, e está com inscrições abertas até dia 9 de novembro.
Outro curso que está sendo bastante procurado é a especialização em Emergências Ambientais, da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR). Como explica a coordenadora Patrícia Sottoriva, a pós-graduação também nasceu de uma necessidade do mercado. "Há uma busca por profissionais que trabalhem com prevenção de acidentes ambientais e atendimento às emergências que possam surgir, como alagamentos e enchentes, por exemplo. O planejamento adequado permite um tempo de resposta menor e recuperação mais rápida", afirma.
O curso, que segundo Patrícia é inédito no país na modalidade especialização, já teve turmas fechadas especialmente para funcionários da Secretaria de Meio Ambiente da prefeitura de Curitiba. No entanto, não só profissionais da área ambiental participam do curso. O perfil é bastante variado. Nas aulas é possível encontrar desde advogados e engenheiros até dentistas, geólogos e biólogos.
O programa está sendo ofertado atualmente na capital paranaense, no campus Toledo da PUCPR, no Oeste do Paraná, e em Santa Catarina, por meio de parceria com a Universidade da Região de Joinville (Univille). O curso está com inscrições abertas até 26 de outubro.



