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Helena preparou-se com muito afinco para o programa de trainees de uma multinacional importante. Enfrentou cinco fases de testes e entrevistas até ser selecionada, desbancando dezenas de candidatos. Enquanto se adaptava à rotina de trabalho, aprendeu tudo o que se podia esperar de um grupo renomado. Como realmente tomou gosto pelas atividades que passou a executar, começou a alimentar a expectativa de ser efetivada e ingressar, definitivamente, no corpo de funcionários da organização.

No primeiro mês como trainee, Helena sinalizou sua vontade de construir carreira na empresa. Seu chefe direto a incentivou e disse-lhe que, se ela mostrasse vontade e determinação, seria contratada ao completar um ano de serviço. Com a promessa de efetivação, a jovem procurou fazer o melhor, dedicando-se por inteiro ao trabalho. Porém, ao final do período de 12 meses, não foi efetivada.

Helena, então, resolveu esperar mais um pouco antes de tomar qualquer atitude. Aguardou por mais quatro meses, período durante o qual nada lhe foi dito sobre a contratação definitiva. Por isso, a jovem decidiu "olhar para o mercado" e enviar currículos para outras empresas. Embora gostasse muito de seu trabalho e dos colegas que havia conhecido, achou que seria desperdício de tempo permanecer na multinacional, que não cumprira o combinado.

Em pouco tempo, Helena foi chamada para uma entrevista em outra organização de grande porte. Para não atrapalhar a rotina que vinha seguindo, a profissional se programou para ir ao encontro no seu horário de almoço; no entanto, acabou se atrasando no retorno à empresa. Como era sempre pontual, seu atraso foi logo percebido por seu chefe, que lhe questionou o porquê da demora. Sem hesitar, Helena disse a verdade, contando que tinha ido a uma entrevista. "Como não fui efetivada no prazo estipulado, resolvi buscar uma nova colocação, que garantisse o futuro de minha carreira", justificou a trainee.

Chocado com a postura de Helena, seu superior a despediu imediatamente, concluindo que aquela era uma funcionária infiel, que não merecia a confiança do grupo. Antes de concluir a conversa, o gestor fez questão de dizer que a empresa tinha grandes planos para Helena e que a efetivação desta já estava em andamento no Departamento Pessoal. Entretanto, a falta de ética da jovem teria obrigado seu chefe a adotar uma atitude extrema; afinal, a organização havia investido tempo e dinheiro no treinamento da profissional.

A jovem deixou a empresa naquele mesmo dia e, semanas depois, soube que havia sido rejeitada pela outra organização, na qual participara da entrevista de emprego. Hoje, Helena está desempregada e continua procurando uma nova colocação.

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O mercado valoriza a ética e a fidelidade dos profissionais. Não porque acredita que as pessoas não devem mudar de emprego, mas porque espera que, antes que o façam, sejam honestas para com os atuais empregadores. Helena deveria ter questionado sobre sua efetivação, antes de imaginar que não seria contratada. Se, então, tivesse recebido uma negativa, deveria ter informado seu superior de que iria enviar currículos para a busca de uma recolocação. Provavelmente, caso a postura da trainee tivesse sido diferente, seu chefe teria concordado em permitir que a jovem participasse de outra seleção.

A maioria das empresas, com maturidade, admite que seus profissionais testem seu nível de empregabilidade, sobretudo se não há mais espaço para o crescimento deles dentro da própria organização. Mas é preciso estabelecer as intenções desse ato antes de executá-lo. A fidelidade é uma qualidade no mercado de trabalho e é diferente de uma postura bitolada. O profissional não pode se fechar para o mundo e para as oportunidades de crescimento, mas precisa manter a transparência e o respeito com o atual empregador.

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SAIBA MAIS...

Reciclação

Há dois anos, a Publicar do Brasil, empresa detentora das marcas Editel e Listel Publicar, mantém o projeto Reciclação. Por meio dele, listas telefônicas usadas, em vez de serem jogadas fora, são recicladas. A iniciativa tem duas finalidades. Uma delas é a preservação do meio ambiente, já que a cada 600 listas que passam pela reciclagem são poupadas 60 árvores adultas e economizados 2,5 barris de petróleo e 30 mil litros de água.

A outra é a possibilidade de o dinheiro arrecadado auxiliar entidades beneficentes. Este mês, a Regional Sul da Publicar entregou à Pastoral da Criança R$ 14 mil. O valor foi obtido com a venda de listas telefônicas antigas da Editel e da Listel no Paraná, em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul e vai auxiliar um programa de alfabetização de adultos em comunidades carentes de Curitiba, mantido pela Pastoral. O projeto dessa instituição tem 1.378 estudantes matriculados na Região Sul e 17.107 alunos em todo o Brasil.

Bernt Entschev é presidente do Grupo De Bernt. Empresário com mais de 36 anos de experiência junto a empresas nacionais e internacionais. Fundador e presidente do grupo De Bernt, formado pelas empresas: De Bernt Entschev Human Capital, AIMS International Management Search e RH Center Gestão de Pessoas. Foi presidente da Manasa, empresa paranaense do segmento madeireiro de capital aberto, no período de 1991 a 1992, e executivo da Souza Cruz, no período de 1974 a 1986

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