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Ainda hoje em plena era dos e-mails, celulares, faxes, pages, PDAs, secretárias eletrônicas, comunicação via satélite e infovias, aparecem visitantes em nossos escritórios querendo falar conosco sem ter marcado hora. E, caso nossas fiéis recepcionistas e secretárias não dêem o acesso, reclamam e saem ofendidos. Muitas vezes, alardeando de que somos mal educados, prepotentes e figurinhas difíceis.

Outros, quando conseguem nossa atenção, parecem dispor de todo o tempo possível para, justamente, roubar o nosso tempo. Divagam, não sabem ir direto ao ponto central a respeito daquilo que querem nos apresentar. E pior, misturam assuntos sociais e particulares com profissionais e se não são literalmente empurradas porta afora, não saem da nossa sala.

A informalidade brasileira nos faz perder tempo precioso. Reuniões são agendadas, marcam-se horários, todo mundo chega atrasado, ninguém cumpre nada e como se diz na gíria; fica tudo numa "boa", como se nada tivesse acontecido. Ora, quando roubam nosso tempo, roubam nossa vida.

Você já parou para pensar que, quando você marca uma reunião, chega no horário, ou até mesmo antes e, lhe fazem esperar meia hora ou 45 minutos, você está colocando à disposição do mal educado preciosos minutos da sua vida? Some todas os atrasos e esperas do ano e veja quanto tempo você perdeu.

Com respeito ao uso do telefone, sempre digo, - "se eu, como publicitário, consigo dar um recado de vendas em 10 segundos, por que você não pode ser sucinto a respeito do que tem a falar e dizer tudo de forma inteligível e racional no menor tempo possível?". É só uma questão de se disciplinar e aprender a controlar o seu tempo. Quantas delas vocês conhecem que, para passarem uma informação simples, precisam levar as explicações aos mínimos detalhes, fazendo rodeios sem fim, antes de chegarem ao ponto central da mensagem, isto é, se a mensagem deles tiver um ponto central?

Estudos mundiais de administração de tempo indicam uma série de desperdiçadores de tempo, entres os mais comuns, em todos os países, estão os famosos visitantes inesperados e conversas ao telefone.

É comum pessoas dizerem que para falar comigo encontram uma barreira enorme, porque primeiro precisam falar com a minha secretária, dizer qual o assunto, etc. Ora, a minha secretária está lá para isto mesmo; filtrar os assuntos, ver se são realmente relacionados ao meu trabalho ou se não serão de competência de outra pessoa. Se for, ela já encaminha ao profissional certo. Este procedimento, comum em vários países, faz com que ninguém perca tempo.

Uma das boas regras para se falar com outra pessoa ao telefone, quando temos trabalhos cotidianos comuns, é deixar uma folha de papel na mesa e ir anotando todos os assuntos que mais tarde teremos para conversar. Se tivermos combinado antes, esta pessoa vai também colocar um papel com o meu nome e os assuntos a serem tratados comigo. Depois ao telefone cada um diz o que tem a tratar. Fácil, simples e rápido. Aliás, nas empresas modernas existem dois tipos de pessoas; os rápidos e os mortos. Seja um dos rápidos.

É lógico que eu também sou partidário de que o tempo deve ser aproveitado de outras maneiras. Flanar à toa, por exemplo. Deixar a mente livre para permitir os insights criativos. O tédio é também momento de trabalho do executivo moderno, pois chega uma hora em que temos que nos isolar, ficar sentados não fazendo nada, deixando a mente livre para vagar de um pensamento ao outro. Às vezes, você puxa um pouco a rédea, conduzindo o pensamento para onde precisa.

Muita gente tem preguiça de pensar e fica se entupindo de informações em livros, revistas, cds, internets, e-mails, jornais, filmes e relatórios, isto é, não deixam tempo livre para o ócio. Deixar um tempo para o lazer e o ócio é sábio, aliás, a palavra negócio vem de negação do ócio. Agora, se você só sabe fazer negócios e não deixa um tempo livre para curtir a vida de uma forma saudável, começará a ficar "emburrecido" e não terá mais os insights que o seu negócio precisa.

Estes dias assisti a um documentário sobre o Onassis, que antes de ser um grego sacana e conquistador era um negociante afinado. O narrador disse que, às vezes, quando ele tinha que resolver algum problema importante nas suas empresas, se recolhia numa espreguiçadeira e ficava de 3 a 4 horas só pensando sobre o assunto. Ninguém o incomodava. Ora, quem não sabe administrar seu tempo jamais poderá fazer isto, porque estará tão ocupado, dando gratuitamente seu tempo aos outros que não terá tempo de se dedicar a si próprio e aos assuntos mais importantes.

Os ocidentais têm a mania de dizer que tempo é dinheiro; os chineses mais sábios, com uma civilização alguns mil anos a nossa frente, dizem " Tempo é tempo, dinheiro é dinheiro". Eles sabem diferenciar uma coisa da outra. Tempo para negócio é tempo para negócio, tempo para você é tempo para você. E outro grego, o velho Chilon continua com a razão - quando disse que "a sabedoria está na moderação".

Aprenda a administrar o seu tempo, proteja-se das invasões, você vai estar administrando a sua vida.

Eloi Zanetti – consultor em marketing- escritor palestrante. Eloizanetti@terra.com.br

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