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A aprovação da minirreforma eleitoral pela Comissão de Constituição de Justiça (CCJ) do Senado Federal, na semana passada, irá provocar uma redução de faturamento em diversos setores produtivos. No Paraná, como mostra reportagem da Gazeta do Povo, o corte dos custos das campanhas políticas vai afetar diretamente pelo menos três segmentos: brindes promocionais, pólo de bonés de Apucarana (Norte do estado) e produtoras de vídeo. Empresários prevêem uma queda brusca do faturamento, de até 60%, devido às alterações previstas para entrar em vigor já nas eleições do ano que vem.

Segundo o texto aprovado pela CCJ, está proibida a distribuição de brindes, como camisetas, bonés, canetas e chaveiros, durante a campanha eleitoral. O proprietário da empresa Rodosul Brindes, Murilo Gimenez Salustiano, reclama que o setor foi "bode expiatório" no meio da crise política. "Estão querendo simplificar a questão, como se acabar com os brindes significasse acabar com a corrupção", critica.

O empresário enviou uma carta de protesto aos senadores Jorge Borhaunsen (PFL-SC), autor do projeto, e José Jorge (PFL-PE), que fez o substitutivo do texto. De forma irônica, Salustiano "agradece" em nome das pequenas indústrias de brindes do Paraná, do pólo de bonés de Apucarana e do pólo de malhas do norte catarinense o "incentivo" dado às atividades do setor e defende que seria muito mais eficiente aumentar o rigor da fiscalização. "Não se pode sacrificar toda uma cadeia produtiva."

O diretor presidente do Grupo BB, Plínio Bevervanso, está preocupado com as conseqüências que essa legislação terá na sua empresa. "Nossa previsão era a fabricação de 20 milhões de brindes para a eleição do ano que vem", afirma. Bevervanso diz que o período eleitoral representa um salto de 25% em seu faturamento e que, em função do aumento, abre cerca de 50 vagas no período.

A proprietária da Bem Brasil Bonés, Regiane Pacheco de Oliveira, afirma que o faturamento de sua empresa em ano eleitoral cresce, em média, 60%. "Na última campanha estadual, em 2002, fabricamos cerca de 100 mil bonés. É uma renda que não teremos mais", lamenta.

O vice-presidente técnico do Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças (Ibef-PR), Cláudio Enrique Aspudillo, diz que as empresas que optaram por se especializar nesse segmento tinham consciência do risco que corriam. "Esse é um erro clássico de algumas empresas que acabam focando em apenas uma área. Agora a legislação forçará uma readaptação", diz.

Leia a reportagem completa na Gazeta do Povo

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