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jogo aberto

Saiba como negociar com seu futuro empregador

Avaliar seu potencial de mercado antes de impor restrições pode evitar que a contratação seja afetada

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(Foto: Bigstock/)

Você espera ansioso pela resposta de uma entrevista de emprego. Quando chega a notícia da sua contratação, a vontade de comemorar é tudo o que lhe passa pela cabeça. Não é para menos: a crise econômica tem estreitado cada vez mais as portas do mercado de trabalho e dificilmente alguém consegue recusar uma boa oportunidade. Mas o que muita gente esquece é de negociar demandas pessoais antes de assinar o contrato com uma empresa.

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Se o candidato, por exemplo, precisa sair mais cedo determinados dias da semana para buscar o filho na escola e expõe isso antes de começar o trabalho, pode evitar conflitos com o chefe lá na frente, segundo especialistas.

O problema é que impor muitas restrições logo quando se chega pode comprometer sua entrada no emprego dos sonhos. Entre o medo de perder a vaga e a possibilidade de estabelecer uma conversa transparente com o recrutador, o candidato, em geral, tende a optar pela primeira opção por não conseguir encontrar um equilíbrio entre os dois pontos.

E onde é que mora o meio-termo? O que é possível negociar e em que aspecto as companhias são menos ou mais flexíveis? Segundo, o CEO e sócio-fundador da Propósito Capital Humano, André Caldeira, vai depender da empresa. É por isso que, segundo ele, o primeiro passo de quem vai se candidatar a uma vaga é pesquisar o máximo que puder sobre a organização, o setor em que ela atua e o cargo que se quer ocupar.

Em companhias maiores, a política de cargos e salários geralmente é mais rígida. Nesses casos, é um pouco difícil negociar pontos, como salários e nome do cargo. Já em empresas familiares, as negociações tendem a fluir mais facilmente por ocorrerem de maneira mais direta. Ainda assim, cada organização tem suas particularidades. Desta forma, mesmo se o candidato não consegue encontrar informações necessárias em materiais institucionais, o ideal é fazer contato com quem já trabalhou ali para mapear até onde se pode ir em uma negociação.

Outro fator a ser considerado, segundo André, é a maneira como o recrutamento é feito. Nem sempre a contratação é realizada pela companhia de onde vem a vaga. Muitas vezes isso fica a cargo de uma consultoria especializada e, nesse caso, as condições da oferta são menos flexíveis. Mas isso, em geral, muda um pouco quando a busca é por profissionais bem específicos e raros. E aí entra um fator fundamental a ser analisado: o seu valor no mercado.

O peso do currículo

Conforme explica o consultor de carreira da ESIC Business & Marketing School, Alexandre Weiller, é importante que o profissional pese suas competências para avaliar seu índice de raridade, conhecendo a fundo seus diferenciais. Partindo desta avaliação, o candidato conseguirá sentir sua margem de negociação e se poderá obter mais flexibilidade - ou não. “É necessário questionar: ‘o que eu tenho?’, ‘de quanto disso o mercado precisa?’. Isso vai ser determinante na hora de negociar”, salienta.

Ao mesmo tempo em que deve alinhar suas exigências ao seu potencial de mercado, o profissional precisa se valorizar. Segundo a trainer do Instituto Brasileiro de Coaching, Renata Lemos, na hora de definir o salário, por exemplo, o candidato pode se basear ou na média de remuneração da empresa ou na média salarial de seus últimos empregos.

Alexandre alerta que, raro ou não, o candidato deve tomar muito cuidado ao ponderar suas necessidades de modo a não parecer arrogante. “A contratação é sempre uma negociação, mas não deve se tornar um cabo de guerra entre o candidato e o recrutador”, explica.

Empatia

E como se impor, sem dar a impressão de ser uma pessoa irredutível? Segundo Renata, o caminho é se mostrar empático desde a entrevista. Mostrar interesse na vaga, caso ela realmente atenda às suas expectativas, ouvir ao máximo o que o empregador tem a dizer e fazer perguntas sobre as possibilidades que a companhia oferece são um bom começo.

A coach orienta também que o indivíduo questione o que achar importante de maneira informativa – buscando compreender as condições básicas da empresa, como horários, salários e benefícios. “Isso mostra que você está atento”, diz.

O momento ideal de iniciar uma negociação efetiva é a última fase do recrutamento, ou seja, quando você está prestes a assinar o contrato de emprego. Normalmente, esta é a hora em que o profissional tem acesso direto ao seu supervisor imediato e uma conversa franca para colocar as cartas na mesa é muito importante e pode prevenir tensões futuras, desde que se negocie com a cautela necessária, de acordo com Renata. “Por fim, conclua a conversa se colocando aberto para escutar o que a empresa tem a dizer”.

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