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Conforme o Holocausto se torna cada vez mais distante na história e seus sobreviventes morrem, uma universidade em Berlim, na Alemanha, criou um curso de mestrado para ensinar aos estudantes como falar sobre o genocídio nazista para o público atual, segundo informou nesta segunda-feira a publicação alemã "Deutsche Welle".

Apesar da aparência calma e campestre do pequeno campus da Universidade de Touro, em um bairro residencial do oeste de Berlim, os sete estudantes que inauguram o curso ficarão focados pelos próximos dois anos em um dos eventos mais horripilantes da história da humanidade, o assassinato de seis milhões de judeus pelos nazistas.

"Sei que será difícil, mas estou preparada e acho que poso lidar com isso", afirmou ao "Welle" a estudante Lisa König-Hauff, de 38 anos, que já possui graduação em história e política pela Universidade de Colônia. "É importante que tornemos o Holocausto acessível para o público geral".

O novo curso de mestrado se chama "Comunicação do Holocausto e Tolerância" e pretende ensinar às pessoas a melhor maneira de relatar o genocídio para as novas gerações, que poderão trabalhar, no futuro, em museus, meios de comunicação ou organizações para a memória do ocorrido.

Relação com os jovens

A universidade começou a considerar a formação do programa alguns anos atrás, quando começou uma discussão na Alemanha sobre o cansaço em relação ao assunto Holocausto. Alguns se perguntaram se era hora de focar um pouco menos nos eventos que, para alguns, pareciam muito distantes. Muitas pessoas, principalmente jovens, achavam cada vez mais difícil relacionar as informações ao ocorrido.

Conforme os anos 40 se tornam mais distantes e os sobreviventes do Holocausto e seus filhos foram morrendo, a nova geração, criada em uma era digital, está menos interessada em conhecer a história através de meios antigos. Para evitar que o Holocausto seja esquecido da memória pública, novas formas de contar a história são necessárias, de acordo com Andreas Nachama, diretor do novo Instituto do Holocausto na universidade alemã.

"Aqueles que trabalham em exibições sobre o Holocausto geralmente apresentam tudo o que sabem para os visitantes. Isso pode assustar as pessoas. Um de nossos principais objetivos é descobrir a quantidade correta de informação que deve ser repassada", afirmou Nachama ao "Deutsche Welle".

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