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As marcas BIG e Mercadorama deverão ser mantidas nos supermercados do Paraná mesmo depois da confirmação da compra da rede Sonae pela Wal-Mart. A nova dona assegurou que não vai fechar lojas nem trocar a bandeira dos pontos de venda. No Paraná, as lojas Mercadorama e Big manterão os nomes e a maior rede varejista do mundo aumenta de 5 para 41 o número de unidades, assumindo a liderança antes ocupada pelo Sonae. As informações são da repórter Cinthia Scheffer, da Gazeta do Povo.

O negócio de R$ 1,729 bilhões (cerca de 635 milhões de euros) envolve todos os ativos da Sonae Distribuição Brasil: 37 hipermercados Big, 91 unidades Mercadorama, 67 da Nacional, 12 do atacadista Maxxi e quatro centros de distribuição, além de postos de gasolina e restaurantes integrados às lojas, e um frigorífico.

A direção do Sonae não quis fazer comentários, mas o vice-presidente de assuntos corporativos do Wal-Mart, Wilson Melo Neto, reconheceu que a negociação "era um namoro antigo" e que "há três meses o negócio foi retomado".

Segundo o executivo, as marcas utilizadas pelo grupo Sonae são muito fortes e altamente reconhecidas pelo consumidor. "Não temos por que mudar. Pelo contrário, vamos trabalhar para torná-las mais competitivas e podemos inclusive inaugurar outras." Algumas unidades devem passar por reformas para se adequar ao padrão da rede norte-americana. O total desse investimento, no entanto, ainda não foi definido e depende de uma análise mais rigorosa das instalações.

Segundo dados da Associação Brasileira de Supermercados (Abras), o Wal-Mart já ocupava a terceira colocação entre as rede de supermercados do país, com faturamento perto de R$ 6,1 bilhões em 2004. Ao comprar o quarto colocado, a rede deve ultrapassar a marca dos R$ 10 bilhões e se aproximar do segundo colocado no ranking nacional, o Carrefour, cujo faturamento no mesmo período foi de R$ 12,1 bilhões. O primeiro lugar é ocupado pelo Pão de Açúcar.

Planos de crescer

A segunda colocação, por sinal, já está nos planos da rede. O vice-presidente disse que, independente da operação, o Wal-Mart planejava abrir 15 novas lojas em 2006 (em lugares ainda não divulgados), que devem abrir cinco mil postos de trabalho. "Queremos retomar nossos planos de crescimento, em especial nos estados do Sul."

A aquisição precisa agora ser submetida ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). Segundo o advogado José Samurai Saiani – sócio do escritório Machado, Meyer, Sendacz e Opice, responsável pela assessoria jurídica da negociação – o Wal-Mart tem 15 dias úteis, contados a partir da assinatura do negócio (no dia 13) para informar a transação ao Cade. "Não devemos ter problemas para aprovar a operação", aposta o advogado. "Nosso maior trabalho deve ser mesmo em Curitiba, onde será a maior concentração de lojas. Mas temos condições de defendê-la."

Apesar de assumir a administração de 41 lojas na cidade, o vice-presidente do Wal-Mart nega que esteja se criando uma concentração prejudicial ao consumidor na capital. "Outras grandes redes do país têm forte atuação no estado, além da competição das representantes locais."

Segundo Melo, a maior participação da rede norte-americana no estado deve criar um ambiente ainda mais competitivo e exigir que todos os concorrentes pratiquem preços menores. "Não há risco de que essa operação traga qualquer prejuízo para o mercado como um todo, principalmente para os clientes."

Hoje o Carrefour tem duas lojas em Curitiba, e o Grupo Pão de Açúcar (que administra também o Extra), 12. O Condor, principal rede paranaense na capital, tem outras 12 lojas.

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