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A Positivo lucrou menos e demitiu 600 funcionários em 2010. E sua suposta venda volta a ser alvo de especulações | Marcelo Elias/Gazeta do Povo
A Positivo lucrou menos e demitiu 600 funcionários em 2010. E sua suposta venda volta a ser alvo de especulações| Foto: Marcelo Elias/Gazeta do Povo

A Positivo Informática deve lançar no segundo semestre sua linha de tablets, para aproveitar o boom que esse mercado deve registrar nos próximos anos. O projeto ocorre em meio à forte disputa no mercado de computadores e à queda acentuada do lucro e dos preços das ações da empresa paranaense. No último ano, o valor dos papéis da fabricante de computadores despencou 61% na Bovespa. Somente em 2011, os preços já recuaram 28%, fechando o último pregão, na sexta-feira, em R$ 7,02.

Analistas de mercado veem como inevitável a entrada da em­­presa no segmento de tablets, mas projetam uma concorrência acirrada também nesse setor, com o início da produção local desses equipamentos. Além da Foxconn – que, segundo informações do governo brasileiro, começa em novembro a fabricar no Brasil o iPad, da Apple –, a Motorola vai investir na produção local, com o Xoom, além da Samsung, com o Galaxy Tab. "Os tablets são a próxima onda do setor de informática e a empresa não tem como ficar de fora desse movimento", afirma Luiz Augusto Pacheco, analista da corretora Omar Camargo.

As vendas de tablets movimentaram 100 mil unidades no Brasil no ano passado, volume que deve chegar a 400 mil unidades em 2011, de acordo com projeções de mercado. Companhias como Semp Toshiba e Itautec planejam lançamentos para o segundo semestre. Por causa do preço, os equipamentos têm sido usados principalmente por empresas, mas o governo federal teria planos de licitar a compra de tablets para escolas, além de enquadrá-los na Lei do Bem, que concede benefícios fiscais.

Turbulência

A Positivo vem de um 2010 turbulento, quando viu seu lucro "derreter" 25,2% na comparação com o ano anterior, para R$ 95,6 milhões, e quando teve que driblar a forte concorrência com as multinacionais nos preços de computadores e notebooks, sacrificando margens de lucro. No fim do ano passado, a empresa demitiu 600 pessoas.

"O cenário de forte concorrência e a política agressiva de preços provocaram erosão de margens no último trimestre. O foco da companhia na manutenção de mercado poderá pressionar suas margens nos próximos trimestres", prevê Carlos Nunes, analista do HSBC. Depois de chegar a perder algumas posições ao longo de 2010, a Positivo fechou o ano na liderança de vendas, com 15,1% do mercado.

Nos últimos meses a Positivo também voltou a enfrentar no mercado especulações sobre sua venda para multinacionais, como HP, Dell e Samsung, e até sobre uma possível associação com outras empresas nacionais, como Bematech e Itautec, projeto que teria o aval do governo federal. A empresa negou as operações.

No fim de 2008, em meio à crise mundial, a Positivo recusou uma oferta de compra da chinesa Lenovo. Até hoje foi a única negociação confirmada publicamente pela empresa. "A lógica das multinacionais é diversificar mercados e ganhar espaço em vendas. A Positivo tem grande penetração no varejo e conhece muito bem o público da classe C. Para as multinacionais, o interesse permanece", afirma Leonardo Bardese, analista da corretora BGC. Para ele, os tablets representam uma oportunidade para a empresa desenvolver esse mercado junto à nova classe média, assim como ela já faz na área de computadores.

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