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McCarthy: autor de "A Estrada" vendeu a máquina de escrever que comprou em 1963 por 50 dólares. | Divulgação
McCarthy: autor de "A Estrada" vendeu a máquina de escrever que comprou em 1963 por 50 dólares.| Foto: Divulgação

Após um semestre atuando com margens de lucro deprimidas, os postos de combustíveis de Curitiba reverteram o quadro nas duas últimas semanas, o que impediu a redução de preços observada em quase todo o Brasil. A margem na venda do álcool, que no final de junho era R$ 0,17, passou para R$ 0,34 entre 8 e 14 de julho. O último levantamento, referente ao período de 15 a 21 de julho, feito pela Agência Nacional do Petróleo (ANP), aponta para um lucro de R$ 0,32.

Esse movimento impediu a queda do preço dos combustíveis ao consumidor, em um período em que os preços de distribuidores e usinas tiveram redução e agora se mantêm estáveis.

O litro do álcool em Curitiba é vendido, na maioria dos postos, por R$ 1,39. A gasolina é encontrada por R$ 2,49. O último levantamento da ANP, feito com cerca de 200 postos, mostra preço médio de R$ 1,35 para o álcool e de R$ 2,38 para a gasolina. Os valores representam aumento de 10% para o álcool e de 12,2% para a gasolina, em comparação com os preços do final de junho. No mesmo período, o preço do álcool vendido pela distribuidora caiu entre o final de junho e a semana passada: passou de R$ 1,05 para R$ 1,02 em Curitiba.

Cálculos feitos pelo Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Sócio-Econômicos (Dieese), com base em dados da ANP, mostram que a margem média dos postos de combustíveis em Curitiba foi de R$ 0,20 entre janeiro e junho deste ano. A média do ano passado foi R$ 0,21, a mesma de 2005. Em 2004, desconsiderando os três primeiros meses, a média foi R$ 0,23.

O presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis do Paraná (Sindicombustíveis), Roberto Fregonese, confirma que o período é de recuperação de preços para o varejo. "Trabalhamos muito tempo com margens reprimidas, por causa da guerra de preços praticada em Curitiba", diz. Segundo ele, depois de cinco meses nessa situação, os postos aumentaram as margens para tentar reverter o prejuízo. "O empresário vai tentar operar, daqui para a frente, dentro de um patamar no qual ele possa se manter."

Em São Paulo, onde alguns postos venderam o litro do álcool por R$ 0,99 nesta semana, a margem de lucro do produto também está na faixa de R$ 0,34. A diferença é que, na capital paulista, os postos de combustível compram o produto mais barato das distribuidoras. O preço variou de R$ 0,92 no final de junho para R$ 0,89 entre 15 e 21 de julho.

De acordo com Fregonese, isso ocorre pela diferença do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) cobrado nos estados. Em São Paulo, a alíquota sobre os combustíveis é de 12%, contra 18% no Paraná.

"Normalmente, os preços dos combustíveis em julho têm uma tendência de alta, para reverter as quedas nos meses anteriores", diz o economista do Dieese, Sandro Silva. Segundo ele, neste ano, o preço do álcool teve comportamento atípico. Ele caiu em março (-4,49%) e teve alta em abril (10,2%), quando o normal é queda constante a partir do quarto mês. "Percebemos que as oscilações em Curitiba ocorrem muito em função da mudança nas margens do varejo", acrescenta.

Apesar do sobe-e-desce, o preço dos combustíveis caíram no primeiro semestre em Curitiba : -7,99%, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A média nacional ficou em -0,23%.

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