Poupança atrai R$ 8,7 bilhões em depósitos no primeiro semestre

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Mesmo com alteração nas regras, o que baixou a remuneração destas aplicações, a tradicional caderneta de poupança continua atraindo a atenção dos investidores. Segundo dados divulgados nesta segunda-feira (9) pelo Banco Central, R$ 8,76 bilhões entraram na poupança no primeiro semestre deste ano.

Essa é a diferença entre depósitos e retiradas de recursos. No mesmo período de 2006, a poupança perdeu R$ 7,32 bilhões em aplicações.

Os recursos continuam fluindo para a caderneta de poupança neste ano a despeito da decisão do governo federal de promover uma mudança no cálculo da Taxa Referencial (TR), que corrige as aplicações. Em março, o governo alterou o cálculo da TR, reduzindo o rendimento pago na poupança. Estima-se que a perda seja de 0,5 ponto percentual por ano.

A decisão do governo federal de alterar o cálculo da TR se deve ao fato de que a poupança já estava concorrendo com os fundos de renda fixa dos bancos por causa da queda da taxa de juros.

Enquanto os investidores pagam Imposto de Renda (IR) e taxa de administração nos fundos, o mesmo não acontece na poupança se os recursos permanecerem por pelo menos três meses.

Mês de junho e saldo

O mês de junho mostrou um forte ingresso de recursos na caderneta de poupança. No mês passado, os depósitos superaram as retiradas em R$ 2,4 bilhões, o maior valor desde dezembro de 2006.

Cabe lembrar que as aplicações em poupança costumam crescer no último mês de cada ano por conta do pagamento do décimo terceiro salário aos trabalhadores.

O saldo de recursos aplicados em caderneta de poupança, que já tinha atingido a barreira dos R$ 200 bilhões em maio, subiu para R$ 205,8 bilhões no final de junho. Em 2007, o saldo da poupança apresentou forte crescimento por conta das aplicações de recursos. No fim de 2006, o saldo da poupança estava em R$ 150,4 bilhões.

O aumento do volume de aplicações em caderneta de poupança significa, na prática, mais recursos para o financiamento da casa própria. Isso porque as regras exigem que os bancos apliquem, pelo menos, 65% dos recursos captados por meio da poupança em crédito habitacional.