PR precisa de quase R$ 7 bilhões em obras

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O setor de infraestrutura do Paraná terá que receber pelo menos R$ 6,6 bilhões para fazer frente às demandas da área nos próximos anos. Um documento com as obras prioritárias para o estado será apresentado hoje pela manhã ao ministro do Planeja­­mento, Paulo Bernardo, e aos parlamentares que compõem a bancada do Paraná no Congresso. A iniciativa é das entidades que participam do Fórum Permanente de Desenvolvimento Futuro 10 Paraná. A reunião será na sede da Organização e Sindicato das Cooperativas do Paraná (Ocepar).

Segundo o presidente da Ocepar, João Paulo Koslovski, o Fórum tem o desafio de unir as pontas para começar uma articulação para envolver setor público, privado e classe política em torno das necessidades de infraestrutura para o estado. "O ministro (Paulo Bernardo) já nos deu sinais de que R$ 4,5 bilhões poderão ser alocados. Nessa reunião, vamos mostrar a ele quais são os gargalos", diz.

A ideia é dar sugestões para obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) – mas também dar um passo adiante, com propostas para o desenvolvimento de longo prazo. "O Fórum quer ser um instrumento para pautar as demandas do estado", diz o presidente da Ocepar. O Fórum propõe cerca de 20 projetos que não foram contemplados no PAC, como a construção do metrô de Curitiba, a complementação de trechos rodoviários da BR 487 (Boiadeira) e a implantação do Arco Norte de Londrina (veja a lista completa na página 17).

"O problema da infraestrutura no Brasil deixou de ser a falta de recurso para o investimento, mas a velocidade em que ele será aplicado. O Paraná precisa acelerar a elaboração desses projetos para não correr o risco de ter o seu crescimento comprometido por conta dos gargalos", afirma Mario Stamm, consultor da Federação das Indústrias do Paraná (FIEP) para a área de logística e infraestrutura de transporte.

A segunda versão do PAC, lançada no fim de março, prevê cerca de R$ 1,5 bilhão para obras de logística para o Paraná. No total, o PAC 2 prevê investimentos de R$ 980 bilhões entre 2011 e 2014 e outros R$ 631 bilhões a partir de 2015 em todo o Brasil. Mas, para saírem do papel, as diretrizes precisam se transformar em projetos de prefeituras e governos e dependem ainda da concessão de licenças ambientais e da aprovação de leis no Congresso.

Os resultados da primeira versão do PAC, no entanto, ainda são tímidos. Cerca de 40% dos projetos da primeira versão não saíram do papel. No Paraná, das 20 principais obras, apenas três foram concluídas. "O PAC praticamente não existe ainda no estado", critica o presidente da Federação das Indústrias do Paraná (Fiep), Rodrigo da Rocha Loures. De acordo com ele, além do PAC, é necessária a criação de planos diretores para os modais de transporte no estado. "Precisamos de um planejamento de longo prazo em prol do desenvolvimento", afirma.

O Fórum Permanente de Desenvolvimento Futuro 10 Paraná é uma iniciativa da Rede Paranaense de Comunicação (RPC) e reúne as 15 principais entidades e organizações do estado, como Fiep, Faep, Ocepar, Fecomércio, Faciap, além do Sebrae, da OAB e do Instituto de Engenharia do Paraná (IEP). O setor de infraestrutura é um dos grandes temas de atuação do Fórum, que foi lançado em dezembro do ano passado para dar continuidade ao Fórum Paraná Futuro 10. Além desse tema, estão sendo discutidas questões como educação profissional, gestão pública, segurança, banda larga, inovação e empreendedorismo. Na reunião de hoje também serão apresentadas outras reivindicações, como a criação de uma sede do Tribunal Regional Federal (TRF) no estado e a escolha de um paranaense para ministro no Supremo Tribunal Federal.