• Carregando...

O Paraná quer suspender, ainda neste ano, a vacinação do gado contra a febre aftosa, doença que derrubou as exportações em 2005. O governo estadual considera que, depois de quatro anos e meio de ampla imunização e de reforço nas barreiras sanitárias, as fazendas pecuárias estão protegidas. O secretário da Agricultura, Valter Bianchini, deve comunicar amanhã a intenção do estado ao ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, em Curitiba. Ele tem apoio dos representantes dos produtores rurais. Com o rebanho de 9 milhões de cabeças de gado livre da doença sem vacinação, os pecuaristas esperam exportar carne bovina com mais facilidade.

Hoje o estado atende basicamente o mercado interno e tem dificuldades para vender carne inclusive para Santa Catarina, único estado do Brasil livre da aftosa sem vacinação. Se os órgãos sanitários estaduais e federais entrarem em consenso, as campanhas de vacinação serão suspensas a partir do segundo semestre.

Risco

Na avaliação do diretor da AgraFNP, José Vicente Ferraz, suspender a vacinação em um estado como o Paraná é arriscado porque, na hipótese de novos episódios em países vizinhos, a possibilidade de a doença se alastrar é maior. "Se baixar o nível de defesa do nosso rebanho em termos de vacinação, a ocorrência de um incidente como tivemos no passado é um rastilho de pólvora que ninguém segura", diz.

Ferraz afirma que seria "fantástico" para o Brasil atingir o status de livre de aftosa sem vacinação, pois possibilitaria acesso a novos mercados internacionais, e que, portanto, este deve ser um caminho perseguido por todo o país. Ao mesmo tempo, porém, ele diz que tem reservas em relação à suspensão de vacinação em estados como o Paraná – que fazem fronteira com outros países que levantam dúvidas da comunidade internacional quanto à sanidade animal, como a Bolívia e o Paraguai.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]