Depois de atingir R$ 41 a saca de 60 quilos, em junho, a cotação do trigo despencou e fechou ontem a R$ 27,84, preço ao pago ao produtor, apurado pelos técnicos do Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria Estadual da Agricultura (Seab). A boa notícia, é que uma das ferramentas de apoio à comercialização, sinalizadas na semana passada, já está disponível. Com R$ 168 milhões para serem aplicados na forma de AGF (Aquisições do Governo Federal), a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) se transforma no maior comprador em operação no mercado.
O recurso é suficiente para a compra de 350 mil toneladas do cereal no Paraná e Mato Grosso do Sul 90% é trigo paranaense, o maior produtor nacional. A modalidade AGF garante o preço mínimo do trigo Tipo 1 Pão Melhorador, de R$ 480/tonelada ou R$ 28,80/saca. Robson Mafioletti, analista técnico-econômico da Organização das Cooperativas do Paraná (Ocepar), destaca que "as medidas não resolvem, mas ajudam a segurar a cotação e mostram que o governo está disposto a participar do mercado e garantir preço". A expectativa, segundo Mafioletti, é que os negócios, que estavam parados, sejam retomados de imediato pelas cooperativas e produtores.
O superintendente regional da Conab no Paraná, Lafaete Jacomel, diz que os recursos para a AGF já estão disponíveis. Para usufruir do mecanismo, os produtores devem procurar a rede de armazéns, públicos ou privados, credenciados pela companhia. A Conab aconselha que o produtor não comercialize, em hipótese alguma, trigo abaixo do preço mínimo, porque o dinheiro para a AGF já está liberado. "Quem vender a um preço inferior, está jogando dinheiro fora", alerta o superintendente. Os R$ 168 milhões são para aplicação em setembro. Se houver mais demanda, Jacomel garante que ela será atendida, com a provisão de novos recursos para outubro.
O limite de contratação é de 105 toneladas ou 1.750 sacas por produtor.
Leilão
Outra medida de garantia de preço começa a ser executada na próxima semana, com o primeiro leilão de Contrato de Opção de Venda, marcado para o dia 11. Podem participar produtores do Paraná, Mato Grosso do Sul, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. A intenção é que sejam contratadas 500 mil toneladas 300 mil do PR e MS e 200 mil dos outros estados. O governo federal organiza o leilão, define o padrão do trigo e o preço de exercício dos contratos.
Na prática, o produtor ou cooperativa compra o direito de vender a produção para o governo federal em março a um preço pré-estipulado, que neste caso é de R$ 530/tonelada. Para garantir essa compra, por esse preço, é necessário pagar um prêmio, estipulado em valor de abertura a R$ 71,55, mais a taxa de registro, que resulta num total de R$ 78,05 por contrato de 27 toneladas.
Ao fazer o contrato de opção, não significa que o produtor está obrigado a entregar o produto ao governo federal. Se tiver uma melhor oportunidade de negócio, ele pode vender para terceiros. O prejuízo está no prêmio pago para se habilitar aos leilões, que não é reembolsável. Ainda em setembro, devem ser realizados mais dois leilões, com datas a serem definidas pela Conab.
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