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O preço do litro do álcool hidratado (usado diretamente no tanque dos carros) disparou no Rio e em alguns postos da capital chega a custar até R$ 2,25. O presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis (Sindicomb), José Luiz Mota Afonso, disse que os preços atingiram patamares tão elevados porque ontem muitas distribuidoras já vendiam o álcool aos postos por R$ 1,99:

— Em janeiro os postos do Rio compravam o álcool por cerca de R$ 1,70 o litro. Hoje pagam R$ 1,99, o que representa uma alta de cerca de 17%.

Com esses aumentos, os preços se aproximam cada vez mais dos valores da gasolina, fazendo com que deixe de ser vantajoso usar álcool nos carros flex. A R$ 2,25, o álcool custa praticamente 85% do preço da gasolina — que é de cerca de R$ 2,60 no Rio. Usar álcool só tem vantagem quando o preço equivale a no máximo 70% do custo da gasolina — o motor gasta 30% mais quando movido a álcool.

Semana passada, alegando pressões de mercado, os usineiros abandonaram o teto de R$ 1,05 (sem impostos) combinado em janeiro com o governo para o preço do álcool anidro — misturado à gasolina e geralmente mais caro do que o hidratado — cobrado das distribuidoras. Sem conseguir fazer valer o acordo, em 1 de março o governo reduzirá a mistura de anidro à gasolina de 25% para 20%, para liberar mais álcool.

Sem os impostos, a gasolina no atacado é mais barata do que o álcool. Portanto a nova mistura só vai ficar mais cara nas bombas por causa das taxas sobre o derivado de petróleo. Os setores de distribuição e de revenda de combustíveis pedem que o governo abra mão dos impostos sobre os cinco pontos percentuais de gasolina pura que entrarão a mais na composição do combustível.

O governo estuda reduzir a alíquota da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide) — hoje de R$ 0,28 por litro de gasolina — em dois centavos. Defensores dessa medida dizem que deixaria de ser tributado o equivalente a 30 milhões de litros de gasolina, mas que seriam necessários cem milhões de litros de gasolina para compensar a redução da mistura de anidro. Na ponta do lápis, haveria mais gasolina a ser tributada, mas o preço ao consumidor seria mantido.

O presidente da Federação Nacional do Comércio Varejista de Combustíveis (Fecombustíveis), Gil Siuffo, explicou que a gasolina pura comprada nas refinarias da Petrobras está custando R$ 1 o litro, enquanto o preço do álcool vendido pelos usineiros (sem impostos) em São Paulo chegou a R$ 1,15. Ele destacou que sem os impostos a nova composição deveria reduzir os preços da gasolina em R$ 0,07 por litro:

— Se o governo mantiver isso, estará enfiando a mão no bolso do consumidor.

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