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Os contratos futuros de petróleo voltaram a fechar em baixa em Londres e Nova York nesta sexta-feira (15), pressionados pelo dólar mais forte e previsões de ampla oferta mundial, segundo traders e analistas.

Na New York Mercantile Exchange (Nymex), os contratos de petróleo para setembro caíram US$ 1,24 (1,08%) e fecharam a US$ 113,77 por barril. Incluindo as transações do sistema eletrônico Globex, a mínima foi de US$ 111,34 por barril e a máxima de US$ 115,20 por barril.

Em Londres, nas transações eletrônicas da ICE Futures, os contratos de petróleo Brent para outubro caíram US$ 1,13 (0,99%) e fecharam a US$ 112,55 por barril. A mínima foi de US$ 110,31 e a máxima de US$ 113,05.

Os futuros de petróleo na Nymex acumulam uma queda de 22% desde o fechamento recorde de US$ 145,29 por barril registrado no início de julho. Depois dos contratos para setembro terem registrado uma mínima intraday de US$ 111,34 por barril, os futuros registraram uma leve recuperação de última hora antes do encerramento da sessão viva-voz. Traders atribuíram essa leve recuperação ao vencimento dos contratos futuros de opções de setembro, que gerou alguma volatilidade no mercado.

Os preços do petróleo fecharam em baixa em oito das últimas dez sessões, pressionados pelas preocupações de que o equilíbrio de oferta/demanda está começando a ficar menos apertado. A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) disse que "os riscos para a perspectiva para o mercado mundial de petróleo parecem estar no lado da baixa" em seu relatório mensal divulgado nesta sexta-feira (15). O cartel disse que uma "acentuada construção" nos estoques de petróleo é uma possibilidade.

Em julho, a produção média da Opep foi de 32,6 milhões de barris/dia, quase 236 mil barris/dia acima do registrado em junho graças ao aumento da oferta da Arábia Saudita, Iraque, Nigéria e outros exportadores. O próximo encontro para definir a política de produção do grupo está agendado para o dia 9 de setembro, em Viena.

"A pergunta importante a se fazer é o que acontecerá no próximo encontro para discutir a política de produção (do cartel). Neste ponto, com os preços aonde estão, achamos que eles vão manter a produção inalterada", disse James Crandell, analista de energia do Lehman Brothers em Nova York.

O dólar também renovou a máxima em seis meses frente ao euro, com a moeda européia recuando para U$$ 1,4676 na mínima intraday, de US$ 1,4809 ontem. A alta dos preços do petróleo no início deste ano coincidiu com a fraqueza histórica do dólar, com os investidores buscando fazer hedge em ativos reais. Aquela estratégia de investimento agora está sendo revertida. "Toda a vez que o dólar despencava, o petróleo automaticamente fazia um ajuste de custo de vida. Agora que temos o reverso, é uma faca de dois gumes", disse Walter Zimmermann, analista da ICAP/United Energy. "Aquele spread vendido a descoberto em dólar e posições compradas em petróleo se tornou um pesadelo", acrescentou.

Os traders discutem até onde o petróleo pode cair. Os economistas do Goldman Sachs prevêem um piso em US$ 105,00 por barril, com a aceleração dos custos da indústria. Bancos de Wall Street e especialistas do setor de petróleo prevêem uma cotação a US$ 145,30 por barril em três meses. Até agora, poucos estão dispostos a projetar preços abaixo de US$ 100,00 por barril.

"Existe muito mais potencial de alta para o mercado que de baixa aqui", disse Peter Van Cleve, presidente da T.W. Energy Consulting. "Podemos cair 10 e podemos subir 40", acrescentou. Contudo, o nervosismo político que chegou a incendiar os mercados no passado falhou em fazer o mesmo recentemente. Apesar da ofensiva da Rússia dentro da Geórgia - onde passam importantes oleodutos e gasodutos com destino à Europa -, os preços caíram 1,24% na semana. As informações são da Dow Jones.

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