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Rio de Janeiro – Os combustíveis estão dando importante contribuição para o controle da inflação e o aumento das vendas do varejo neste ano e a perspectiva é de continuidade dessa influência benéfica em 2008.

O economista Carlos Thadeu de Freitas, da Confederação Nacional do Comércio (CNC), ex-diretor de política monetária do Banco Central, acredita que gasolina e álcool serão alguns dos principais responsáveis para a revisão, para baixo, da inflação prevista para o ano que vem pelo mercado financeiro.

Em 2007, a gasolina já acumulou queda de preços, segundo o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), de 1,90% no acumulado de janeiro a agosto. O preço do álcool, no mesmo período, teve recuo de 8,48%.

A queda na cotação desses produtos estimulou os consumidores e elevou as vendas do comércio varejista de combustíveis e lubrificantes.

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o avanço nas vendas foi de 5,4% em 2007 até agosto, após amargar quedas nos anos de 2005 (-7,4%) e 2006 (8,0%).

Reinaldo Pereira, técnico da coordenação de comércio e serviços do instituto, atribui a expansão das vendas desses produtos a três fatores: queda nos preços, aumento do rendimento real dos trabalhadores e crescimento da frota de automóveis no país. Segundo ele, "com melhores preços, aumenta o consumo".

Pereira explica também que esse é um segmento muito sensível ao comportamento da renda dos trabalhadores e, com uma frota maior de automóveis em circulação, inevitavelmente cresce a compra de álcool e gasolina.

Segundo dados da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), a produção de veículos no país foi de 1,93 milhão nos oito primeiros meses do ano, com aumento de 9,1% ante igual período do ano passado.

Nesse mesmo período, 1,53 milhão de automóveis foram licenciados, com expansão de 27,3% na comparação com o acumulado de janeiro a agosto de 2006. Para Thadeu de Freitas, a volatilidade atual no preço do petróleo, aliada à valorização do real, evitará reajustes da gasolina no Brasil.

A perspectiva de estabilidade no preço doméstico da gasolina, assim como a boa safra de álcool prevista para 2008 asseguram, segundo ele, que os combustíveis continuarão dando uma contribuição fundamental para conter a inflação em 2008.

No que diz respeito às vendas do varejo, o economista acredita na continuidade, no ano que vem, do bom desempenho que vem sendo mostrado em 2007, com o prosseguimento da trajetória de crescimento das vendas de automóveis e a estabilidade nos preços dos combustíveis.

No IPCA de agosto (0,47%) a gasolina chegou a ter uma contribuição negativa de -0,04 ponto porcentual, ajudando a amortecer a pressão forte fornecida pelos produtos alimentícios. Em entrevista na semana passada, diretores da Petrobras afirmaram que o aumento da cotação do petróleo tem sido compensado pelo câmbio no Brasil e, portanto, não há estimativa de aumento de preços por parte da empresa.

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