No primeiro semestre de 2013, o preço dos imóveis novos e usados em Curitiba continuou crescendo. De acordo com entidades locais, o valor do metro quadrado das unidades à venda ficou cerca de 5,8% mais alto, um avanço de menor ritmo que em anos anterior e que aponta para uma estabilização dos preços.
INFOGRÁFICO: Veja as projeções do mercado imobiliário em Curitiba
O número é uma média de dois levantamentos distintos, o da Associação dos Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário (Ademi-PR), que mostra que o preço dos apartamentos lançados em 2013 sofreu variação de 5,6% de janeiro a maio, e o do Sindicato da Habitação e Condomínios no Paraná (Secovi-PR), que aponta para um aumento de 6,1% em seis meses.
Os índices não são comparáveis, porque retratam o mercado sob óticas diferentes. No entanto, os valores indicam que o mercado imobiliário de Curitiba está mais estável e que uma brusca valorização dos imóveis, vista até 2011, não deve se repetir. "A flutuação de preços não é tão grande, e nos últimos meses os valores estão mais equilibrados", comenta o economista Fábio Tadeu Araújo, sócio da Brain Consultoria.
Luis Fernando Gottschild, presidente do Instituto Paranaense de Pesquisa e Desenvolvimento (Inpespar), entidade ligada ao Secovi-PR, diz que o preço dos imóveis já está corrigido e que a tendência é de estabilidade. "Houve anos em que o preço cresceu 25% em alguns tipos de imóveis. Por enquanto, os valores devem acompanhar a inflação ou ficar perto disso. Quem coloca um preço muito alto pode demorar mais tempo para vender", comenta.
Fora da curva
O índice FipeZAP, divulgado ontem, mostrou uma variação bem maior, de 14,3% no mesmo período. "A pesquisa pode gerar um distorção, porque a base de pesquisa é menor que a do Secovi, de mais de 18 mil imóveis", comenta Gottschild. A base do FipeZAP é de 7,6 mil imóveis.
O coordenador do índice, Eduardo Zylberstajn, diz que o tamanho da amostra não influencia as estimativas, mas reconhece que o dado ainda não está consolidado. "Os dados dos últimos meses mostram uma recuperação, mas é preciso esperar mais tempo para definir se esse movimento é uma retomada dos preços ou apenas um ajuste com relação à queda do ano passado", diz.
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