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André Pegorer e Guto de Lima: incentivando contatos entre jovens empreendedores | Albari Rosa/ Gazeta do Povo
André Pegorer e Guto de Lima: incentivando contatos entre jovens empreendedores| Foto: Albari Rosa/ Gazeta do Povo

Tradição

Em 109 anos, prédio recebeu de operários a foliões do carnaval

Por muito tempo, o prédio onde será inaugurada a sede da Nex Inovação e Coworking ficou marcado pelo abandono. A construção, no entanto, foi frequentada pelos mais diversos públicos ao longo dos seus 109 anos de história.

Inaugurado em 1905 como a sede da Sociedade Beneficente dos Operários do Batel, o prédio de três andares era o ponto de encontro dos funcionários das fábricas de mate e fósforo da região. Com a ascensão dos novos ricos, o clube virou um ponto de encontro da elite curitibana.

Na década de 1960, o prédio foi a sede de uma das mais populares festas de carnaval da cidade, o "Desfile das Bem Boladas". Em 1976, veio o recorde de público: 7 mil pessoas na eleição da musa do carnaval.

Se durante décadas o histórico prédio da Francisco Rocha, entre a Avenida Batel e a Visconde de Guarapuava, sediou alguns dos principais eventos da classe operária curitibana e, mais tarde, dos novos ricos da cidade, agora é hora dele ser tomado pelos jovens empreendedores da cidade e suas startups. Em março será inaugurado o maior espaço de coworking do Brasil, na antiga Sociedade Beneficente Operária do Batel.

Fruto de um investimento de R$ 2,5 milhões, os 1,7 mil metros quadrados do prédio foram restaurados em um projeto da Nex Inovação e Coworking. A reforma faz parte de um plano de expansão da empresa curitibana, que prevê mais cinco unidades pelo Brasil até o final de 2016.

A empresa, que já conta com uma sede na cidade, espera que o empreendimento multiplique por quatro o número de usuários de coworking (espécie de aluguel de espaços compartilhados). Hoje são cerca de 40 clientes, entre usuários fixos e rotativos – a nova sede poderá receber até 200 coworkers em 74 estações de trabalho e 41 salas, chamadas de estúdios privativos.

A ideia é aproveitar a expansão de negócios inovadores para ofertar mais pontos de trabalho. De acordo com o fundador da Nex, André Pegorer, uma sala comercial custa, em média, R$ 5 mil por mês, levando em conta aluguel, condomínio e demais despesas. Num espaço de coworking, é possível usar uma estação de trabalho duas vezes por semana por R$ 400 ao mês. "São negócios com uma processo de trabalho diferente, com menos pessoal e maior dinâmica", explica.

A oferta de coworking representa mais que uma solução imobiliária, mas uma oportunidade de interação com a comunidade inovadora. "É um espaço frequentado por diversos empreendedores e investidores ligados à economia criativa e à inovação", afirma um dos sócios, Guto de Lima. O espaço, inclusive, é projetado para funcionar deste modo – com mesas de sinuca, cafés e cozinhas conjuntas.

A inspiração vem de projetos como as sedes da Samsung e Google. A primeira inaugurou recentemente um prédio todo de vidro em forma de "rosquinha", onde os funcionários conseguem enxergar uns aos outros através das paredes transparentes. Já a empresa americana ergueu uma sede em que todas as pessoas podem chegar a qualquer ponto do prédio em um minuto e meio.

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