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| Foto: Tânia Rêgo/

O prejuízo da Petrobras em 2015, de R$ 34,8 bilhões, é o segundo maior prejuízo da história das empresas de capital aberto brasileiras. A Vale lidera o ranking de perdas, tendo registrado prejuízo de R$ 44,2 bilhões em 2015. Os dados constam em levantamento da consultoria Economática.

Em 2014, a Petrobras já havia registrado prejuízo recorde, de R$ 21,587 bilhões, mas no ano passado a companhia conseguiu piorar ainda mais o resultado. Esta é apenas a segunda vez desde o início do século que a estatal reporta prejuízo anual.

Parte do saldo negativo foi explicado pelos ajustes nos ativos imobilizados, processo conhecido como impairment, no total de R$ 49 bilhões. No ranking dos 20 maiores prejuízos, aparecem em seguida os resultados do Banco Nacional em 1995 (- R$ 26,4 bilhões) e do Banco do Brasil em 1996 (- R$ 24,8 bilhões).

Valor de mercado

O valor de mercado da empresa no dia 21 de março era de R$ 121,4 bilhões. O maior valor de mercado atingido pela petroleira aconteceu no dia 21 de maio de 2008, quando chegou R$ 510,4 bilhões. Desde o pico até agora, a estatal perdeu R$ 389 bilhões.

Petrobras vai ter que se reinventar para adaptar custos à realidade

Em teleconferência, diretor financeiro diz que queda do preço do petróleo impõe necessidade de cortar custos

“A companhia vai ter que se reinventar para se adaptar à nova realidade”, afirmou o diretor Financeiro da Petrobras, Ivan Monteiro, referindo-se à necessidade de redução de custos diante da queda do preço do petróleo no mercado internacional. Monteiro disse também estar satisfeito com a redução dos gastos gerenciáveis alcançado no ano passado. Mas, segundo ele, a empresa continuará perseguindo ainda mais economia de custos daqui para frente.

Em teleconferência com analistas de mercado para apresentar o resultado financeiro de 2015, o diretor da Petrobras elogiou a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) nas negociações sobre a política de conteúdo local, em que as petroleiras são obrigadas a contratar um volume mínimo de produtos e serviços no mercado interno.

Monteiro disse que a agência é “sensível” aos argumentos da Petrobras sobre a dificuldade de contratar fornecedores brasileiros atualmente.

Ano atípico

A diretora de Exploração e Produção (E&P) da Petrobras, Solange Guedes, classificou de “atípico” o volume de baixas contábeis realizados pela companhia no balanço do último ano, que totalizaram cerca de R$ 49 bilhões. Segundo ela, os ativos do segmento foram avaliados com base nas cotações internacionais de longo prazo.

“O exercício de teste de provisionamento ou recuperação de impairment é feito todos os anos. Esse é um ano atípico de impairment por causa da magnitude do impacto dos preços”, informou Solange. “Os preços foram testados em todos os ativos da companhia sob uma perspectiva de preço a longo prazo, e não só a queda no preço realizada no último ano. Os ativos de E&P falam com prazos de 30 anos”, sinalizou.

A diretora também indicou que a revisão no volume de reservas provadas não terá efeito sobre a produção e as metas apresentadas pela companhia.

“Esse ano reduzimos nossa perspectiva futura baseada em análises de mercado. Essa revisão não traz impacto na produção significativamente, é uma revisão de longo prazo que gerou impacto maior nos ativos, mas não na produção. O Plano de Negócios já foi feito com projeção mais realista. O que apuramos agora é uma questão contábil relacionada a teste de imparidade”, completou Solange Guedes.

Cessão onerosa

A Petrobras espera para o segundo semestre a apresentação de dois relatórios de empresas certificadoras de reservas sobre o volume das áreas do contrato de Cessão Onerosa. Segundo Solange Guedes, só então haverá avanço nas negociações com a União para repactuação do contrato, firmado em 2010 para a capitalização da estatal. De acordo com a diretora, não há cronograma.

“Temos duas certificadoras contratadas para entregar no segundo semestre de 2016 avaliação das reservas. Estamos reunidos para discutir questões de premissas do contrato, mas não há cronograma. Tudo dependerá dos certificados entregues”, indicou Solange. “Não posso indicar perspectivas de ganhos ou não da cessão onerosa”, completou.

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