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A loja on-line de vestuário Dafiti cresceu em vendas neste ano e melhorou sua rentabilidade, mas ainda opera no vermelho. Isso, entretanto, não é motivo para preocupação, ao menos no discurso dos líderes da empresa.

A Dafiti teve receita líquida de R$ 261 milhões no primeiro semestre de 2014, uma alta de 38% em relação aos R$ 188,8 milhões do mesmo período do ano passado. Em 2013 inteiro, a companhia teve receita de líquida R$ 419,3 milhões.

Entretanto, o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações, uma medida de quanto a empresa consegue gerar de recursos) ficou em R$ 100,2 milhões negativos no primeiro semestre, resultado um pouco melhor do que os R$ 104,8 milhões negativos de um ano antes. Os resultados do consolidado do ano devem ser divulgados em fevereiro pela companhia.

"A gente não se preocupa", disse nesta terça-feira (16) Philipp Povel, presidente-executivo da empresa. Segundo ele, os sócios consideram que o melhor no momento é investir no crescimento do negócio, já que a internet ainda representa uma parcela pequena do varejo de moda no país e há espaço para crescer.

"Existem poucas empresas com a nossa idade e o nosso tamanho e que sejam rentáveis", completou Povel -a companhia foi fundada há quatro anos.

Ele cita como exemplo a americana Amazon, que tem perdas recorrentes. No terceiro trimestre deste ano, a companhia teve prejuízo líquido de US$ 437 milhões.

Operar no vermelho não é uma exclusividade da Dafiti entre as grandes lojas do e-commerce brasileiro. A B2W, a maior do setor e dona de sites Submarino e Americanas.com, teve prejuízo de R$ 62,1 milhões no terceiro trimestre deste ano.

Para equilibrar a conta e ter capacidade de aumentar as operações, a loja on-line recorre bastante a fundos de investimento. No total, a companhia levantou em torno de R$ 660 milhões em instituições como OTTP, um fundo de pensão de professores canadenses, JPMorgan e Rocket Internet.

Para Povel, um dos motivos da Dafiti operar no vermelho sem preocupação é o fato de ter conseguido atrair investidores "de modo relativamente fácil".

Queixas em alta

Neste ano, a companhia enfrentou problemas de estrutura e de entregas de produtos e chegou a ser multada em R$ 344 mil pelo Procon-SP por descumprimento do código de defesa do consumidor.

De acordo com o órgão, a empresa deixou de entregar produtos no prazo, apresentou falta de acesso à informação, ausência de atualização do status dos pedidos e venda de produtos que não contavam em estoque.

A empresa também passou a figurar na lista das empresas com maior número de queixas registradas no site Reclame Aqui -a loja aparece hoje em sexto lugar na lista das "mais reclamadas" do portal nos últimos 12 meses, com mais de 39 mil queixas de consumidores. Está atrás apenas de empresas de telefonia, TV por assinatura e banda larga.

O presidente da loja virtual reconhece o problema, mas afirma que ele ficou concentrado entre os meses de julho e agosto, quando a companhia fez uma migração de sistema de gerenciamento. "Depois, conseguimos normalizar", diz.

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