Para o presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), o empresário Ricardo Alban, o Banco Central (BC) “exagerou no remédio” ao dar início ao maior ciclo de altas da taxa básica de juros das últimas décadas. De março de 2021 até agora já foram 12 aumentos seguidos.
No período, a Selic saiu dos 2% para 13,75%, em agosto de 2022. Em agosto de 2023, o BC reduziu para 12,75% e indicou que a taxa seguirá em queda nos próximos meses.
“O Banco Central seguramente exagerou na dose. Mas, e agora? Você exagerou no remédio e vai tirar o paciente da UTI da noite para o dia, sem remédio? É uma decisão muito arriscada. Então, falando sem nenhum tipo de preconceito ou ideologia, o que eu tenho certeza é o seguinte: Precisamos ter uma forma mais célere de discutir a taxa de juros”, disse Alban durante entrevista concedida ao Poder360, neste sábado (21).
O presidente da CNI também disse que o problema não é a taxa em si, mas o fato de que, além da Selic, pesa sobre todo o setor produtivo o spread bancário, que é a diferença entre a taxa que os bancos pagam para captar dinheiro e os juros que cobram dos clientes.
“O spread bancário está absurdamente caro. Comecei minha vida no sistema financeiro e naquela época, um grande banco internacional quando conseguia ter um spread acima de 2% ou 3% ao ano, isso era motivo de comemoração. Hoje, é inadmissível você pensar de um modo geral em um spread de 1% ao mês. Temos uma discussão séria sobre isso, sobre a composição do spread, as dificuldades técnicas e legais”, completou Alban.
O empresário afirmou que pretende abrir “um diálogo muito forte” com o presidente da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Isaac Sidney, a partir de 1º de novembro para discutir caminhos de viabilidade para o setor da Indústria.
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