• Carregando...
Aeroporto de Maringá é considerado pelo presidente da Infraero como um dos terminais regionais com potencial de crescimento | Fábio Dias/ Gazeta Maringá
Aeroporto de Maringá é considerado pelo presidente da Infraero como um dos terminais regionais com potencial de crescimento| Foto: Fábio Dias/ Gazeta Maringá

Aviação

Gol solicita permissão para voos de São Paulo a Miami

Folhapress

A Gol anunciou ontem que enviou solicitação formal à Agên­cia Nacional de Aviação Civil (Anac) para operar voos regulares entre o Brasil e os Estados Unidos. A companhia pretende fazer a rota São Paulo-Miami, com escala em Caracas (Venezuela), a partir de julho. "A decisão apoia-se no resultado de estudos de viabilidade realizados internamente e segue em linha com o modelo de negócios da empresa, baseado na utilização de uma frota padronizada em aeronaves Boeing 737 Next Gene­ration", informou a Gol, em nota.

Caso aprovado, o voo será operado cinco vezes por semana. A Gol informa que o voo partirá de Guarulhos às 8 horas, com chegada prevista em Miami para as 16h10. O retorno dos EUA ocorrerá às 18 horas, com previsão de aterrissagem em Guarulhos às 6h15 do dia seguinte. Para os passageiros embarcados em São Paulo e Miami, não haverá a necessidade de troca de aeronave, de novo procedimento de check-in ou de outro despacho das bagagens.

A Gol aguardará as autorizações necessárias antes de divulgar detalhes sobre a nova operação, incluindo informações sobre tarifas, serviços, produtos e o mercado a ser explorado. A autorização é o primeiro passo para iniciar um voo internacional. A partir dela, a Gol tem 180 dias para dar entrada em um pedido específico chamado Hotran, identificando horário, frequência, origem e destino do voo.

O modelo de monopólio estatal na administração dos aeroportos do país está esgotado, porque não faz sentido o governo investir em aeroportos rentáveis quando existem tantas outras áreas carentes de recursos públicos. Esta é a visão do presidente da Infraero, Gustavo do Vale, que também não vê razão para uma discussão ideológica em torno da privatização no setor."O país precisa entender que o modelo que o Brasil adotou ao longo de todos esses anos para os aeroportos está esgotado. A demanda vem crescendo e o nível de investimentos necessários não permite ao governo ficar sozinho. O governo tem ‘n’ prioridades para ficar gastando dinheiro com aeroporto rentável. A discussão ideológica da privatização não faz nascer um pé de alface no país", disse.

O dirigente destacou, entretanto, que, mesmo com o processo de concessões em curso, a rede de aeroportos administrados pela estatal não será reduzida significativamente. Ao contrário, vai até crescer, porque a Infraero passará a administrar aeroportos regionais que hoje estão sob a jurisdição de estados e municípios. Nesse novo modelo de administração, a estatal ficará encarregada de administrar aeroportos que, embora não sejam rentáveis, têm importância estratégica para o desenvolvimento do país.

"Temos uma aviação regional crescendo, aeroportos importantes no interior tendo problemas com a Anac, porque não dispõem de caminhão de bombeiro, por exemplo. A Infraero é uma em­­presa pública. Tem obrigação de administrar aeroportos que, embora não sejam rentáveis ainda, têm fundamental importância para o país", afirmou.

Como exemplo, Vale citou Chapecó (SC), Juazeiro do Norte (CE) e os aeroportos de São João Del Rei e de Varginha (MG), que estão com dificuldades. Há ainda terminais na Amazônia e na região de fronteira que são estratégicos e outros com potencial para crescer, podendo transformar-se em internacionais, como o de Ribeirão Preto, administrado pelo estado de São Paulo. Maringá (PR) também está na lista.

O plano de voo da estatal, segundo o presidente, prevê parcerias com estados e prefeituras, com um formato de negócio diferenciado. Nesses casos, a empresa quer atuar só como administradora do aeroporto, deixando a prefeitura, ou o estado, responsável pelos investimentos. Atual­mente, a Infraero é operadora e investidora. Também está nos planos da empresa a construção de novos aeroportos, dentro da política do governo de longo prazo para o setor. "As pessoas só pensam nos aeroportos que existem. E os novos?", questiona. "Um aeroporto leva dez anos para ser feito, quem vai fazer? O ente público, o ente privado ou am­­bos? Nenhum agente privado vai investir por dez anos para ter rentabilidade depois, mas acredito que topa fazer uma parceira com o ente público, e aí entra a Infraero" destacou o presidente da estatal.

Alguns gargalos já estão identificados, como nos aeroportos de Porto Alegre e Salvador. Em menos de dez anos, será necessário construir novos terminais nesses locais. A capital do Acre, Rio Branco, também tem problemas sérios na pista, relacionados ao terreno onde o terminal foi construído.

Terminal leiloado tem pente-fino

O presidente da Infraero, Gustavo do Vale, disse que a estatal está trabalhando em uma operação pente-fino, para entregar aos concessionários de Guarulhos, Brasília e Viracopos (aeroportos leiloados no mês passado) um completo levantamento de cada terminal, com contratos de aluguel de lojas e prestação de serviços, além de perfil, cargo e salários dos funcionários. Assim que forem assinados os contratos de concessão, todos esses contratos serão revistos pela empresa, independentemente do vencimento, pois a Infraero deixará de ser a contratante.

Vale salientou, entretanto, que não haverá prejuízos para os trabalhadores. O acordo assinado com os sindicatos será respeitado com rigor. Por esse formato, após três meses da assinatura dos contratos, o concessionário vai indicar os funcionários que deseja manter. Quem optar por permanecer na Infraero será remanejado, preferencialmente para áreas da empresa na mesma cidade, ou para aeroportos próximos, como os de Goiânia e Palmas, no caso de Brasília. Viracopos é a única preocupação do presidente da Infraero em relação à transição, porque tem cerca de 800 funcionários e está em local isolado.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]