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Rio de Janeiro - O presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli, defendeu ontem a construção das novas refinarias que a companhia está realizando como forma de amenizar a atual situação de oferta de combustíveis no país. Segundo ele, a capacidade de refino nacional está "no limite". "Temos um problema: estamos no limite do refino e com um crescimento exponencial na produção de petróleo. Somos a empresa no mundo que mais cresce em produção com base em novas reservas", afirmou, rebatendo as constantes críticas do mercado financeiro sobre os investimentos de quase US$ 40 bilhões que a companhia tem previsto em seu plano de negócios até 2014 para a área de refino.

O executivo disse que a situação mais crítica é na gasolina, mas também corre risco de chegar ao limite o processamento de querosene de aviação e do gás liquefeito de petróleo (GLP). "Não investir em refinaria no curto prazo é suicídio", disse. O crescimento do PIB e melhora na renda per capita são os pontos apontados por Gabrielli como as principais razões para o aumento do consumo, bem como a falta de investimentos em novas refinarias no passado.

"Toda a nossa intervenção nos últimos anos foi para aumentar a capacidade de produção de diesel em nossas refinarias. Agora vemos gargalo na gasolina e outros, mas isso não se muda no curto prazo. A única maneira de mudar isso é construir refinarias, e isso leva seis anos no mínimo", disse.

Especificamente sobre a gasolina, ele ainda comentou que a situação brasileira é peculiar porque depende do preço do açúcar no mercado internacional. Isso porque o consumo de álcool é influenciado pelo preço do produto, e este só é ditado pela oferta, que varia de acordo com a demanda de açúcar no mercado internacional. No ano passado, lembrou, o crescimento da gasolina no mercado interno foi de 19%, ante 7% do PIB e 10% do mercado geral de combustíveis.

Gabrielli ainda afirmou que atualmente o preço da gasolina no país está abaixo do praticado no mercado internacional. "Mas é natural. Há bem pouco tempo estávamos acima do preço. Não vamos alterar nossa política de preços, não vamos repassar oscilações no curto prazo. Toda vez que há uma instabilidade no mercado futuro repassamos para os preços, mas isso só é avaliado dentro de uma política de longo prazo", disse.

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