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O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho, disse hoje que o projeto do Trem de Alta Velocidade (TAV) ligando Campinas, São Paulo e Rio de Janeiro é viável economicamente e não levará o banco a usar a garantia que o Tesouro Nacional dará ao financiamento de R$ 20 bilhões ou o subsídio de até R$ 5 bilhões em caso de demanda de passageiros abaixo da estimada nos dez primeiros anos de operação. Os instrumentos foram autorizados por uma Medida Provisória ontem para, segundo Coutinho, aumentar a atratividade do leilão, marcado para 16 de dezembro.

"Aquilo é uma rede de segurança de última instância", disse o Coutinho. "Esse é o tipo de coisa que está sendo feita para não ser usada." Para o presidente do BNDES, o TAV será lucrativo e não provocará inadimplência.

"Esse é um projeto que levou dois anos em estudo. Buscamos consultores especializados. O estudo de demanda foi feito com muito fundamento", disse Coutinho, para quem o TAV serviria para superar os gargalos do tráfego aéreo entre Rio e São Paulo. "Congonhas é um aeroporto que já chegou ao limite."

Para Coutinho, o TAV não acabará com a ponte aérea. Ao contrário acredita que a alternativa ferroviária pressionará a redução dos custos das passagens aéreas. Ele também citou que serão criados 12 mil empregos na obra.

Auxiliado pelo superintendente da área de projetos do banco, Henrique Pinto, Coutinho refutou as dúvidas sobre a demanda estimada de 32 milhões de passageiros por ano. Essa estimativa, afirmou o técnico, leva em consideração os deslocamentos regionais, entre as nove possíveis estações do trajeto.

O número diário de passageiros estimado para 2014 seria de 89,3 mil por dia, o que Pinto comparou com o atual fluxo de pessoas nas barcas que fazem a ligação entre Rio e Niterói. Ele comparou o TAV brasileiro ao de Taiwan, que liga duas cidades daquele país que envolvem uma população de 23 milhões de pessoas, menos do que a concentrada no percurso do TAV brasileiro: 36 milhões. Segundo ele, o PIB per capita de US$ 16.590 dessa região de Taiwan é próximo do indicador da área de alcance do trem-bala brasileiro, que é de US$ 15 mil.

"Como o leilão será por menor tarifa, o interesse público do empreendimento está garantido. Independente do preço da obra, o preço será acessível, privilegiando a menor tarifa", acrescentou o superintendente de infraestrutura do BNDES, Nelson Siffert.

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