As presidentes do Brasil, Dilma Rousseff, e da Argentina, Cristina Kirchner, criaram, ontem, o Conselho Empresarial Brasil-Argentina, fórum que terá, entre os seus objetivos, resolver a questão das barreiras comerciais impostas pelos dois países desde o inicio do ano sem a interferência dos governos centrais. Os setores mais prejudicados foram o têxtil e de baterias, no caso do Brasil. Na Argentina, a maior prejudicada foi a indústria automobilística.
Dilma recebeu Cristina ontem, no Palácio do Planalto, em meio a mais uma rodada de disputas comerciais entre os dois países, principais parceiros na região. Apesar da criação do conselho, os temas espinhosos ficaram apenas na periferia da conversa. No segundo encontro entre Dilma e Cristina, a intenção é tentar passar a imagem de harmonia entre os dois países. Assuntos difíceis ficarão a cargo de equipes técnicas.
"As questões comerciais encontram seus canais habituais, já consolidamos em um diálogo que mantém o ministro Fernando Pimentel [do Desenvolvimento, Indústria e Comércio] com a ministra Débora Giorgi [da Indústria Argentina]. Agora, recentemente, na cúpula do Mercosul, houve a possibilidade de se examinar a situação", disse o ministro das Relações Exteriores, Antonio de Aguiar Patriota, ao ser questionado sobre os problemas comerciais entre os dois países.
Pouco se esperava, ontem, em termos de uma solução mais avançada ou um resultado concreto para as barreiras comerciais levantadas pela Argentina a produtos brasileiros. Nem para a retaliação brasileira, que levou à revisão das mesmas licenças para carros e autopeças e criou uma fila de carros à espera de permissão para passar na fronteira entre os dois países.
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