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Roger Agnelli, presidente da Vale: gestão da empresa é criticada pelo governo | Fabio Rodrigues Pozzebom/ABr
Roger Agnelli, presidente da Vale: gestão da empresa é criticada pelo governo| Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/ABr

Em meio a críticas cada vez mais fortes do governo à sua gestão, o presidente da Vale, Roger Agnelli, anunciou ontem, em Belo Horizonte, ao lado do governador de Minas, Aécio Neves (PSDB), investimentos de R$ 9,5 bilhões no estado até 2013. Mas quase metade dos investimentos já era prevista há mais de um ano.

Os projetos da Vale em Minas – estado em que a empresa dispensou 260 pessoas na crise, de um total de 1.300 em todo o mundo – haviam sido duramente afetados com a recessão global porque as minas mineiras têm custo de produção maior. Diante da necessidade de ajustar a produção à demanda, a Vale usou esse critério para fazer os cortes.

O projeto de Apolo, no valor de R$ 4,4 bilhões, já constava do plano de investimento divulgado há um ano, e resistiu no programa mesmo quando, em janeiro, já sofrendo com a queda nas vendas de minério de ferro de 30%, a Vale anunciou adiamento de R$ 10 bilhões em investimentos previstos inicialmente para 2009.

Os outros dois investimentos são duas novas usinas de processamento de minério de ferro, no valor total de R$ 5 bilhões, em minas já existentes.

Os investimentos da Vale anunciados ontem devem gerar cerca de 10 mil empregos diretos e indiretos.

Nenhum dos três investimentos foi aprovado, por enquanto, pelo conselho de administração da Vale, a instância máxima de decisões estratégicas. Ele tem 11 membros, representando principalmente Previ (o fundo de pensão do Banco do Brasil), Bradesco e BNDES.

Para o analista Gilberto Cardo­­so, do Banif Securities, o anúncio foi visto com surpresa. "Pode ter sido feito com o objetivo de mostrar fatos positivos em um momento ruim", diz. Antônio Ruiz, analista do Banco do Brasil, lembra que, em cinco anos, o investimento não chega a ser relevante. Mesmo diante de um pré-candidato opositor à Presidência da República, Agnelli não escapou de cobranças do governo mineiro. Aécio, assim como Lula, cobrou publicamente de Agnelli investimentos em agregação de valor ao minério de ferro extraído em Minas.

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