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Os consumidores norte-americanos fizeram repetidas visitas às lojas do país e gastaram mais em liquidações no feriado prolongado do fim de semana, mas a onda de compras não deve salvar os vendedores de uma temporada de final de ano ruim, disseram analistas.

Resultados preliminares da chamada "Black Friday" (Sexta-feira Negra), que abre a temporada de compras do fim de ano nos EUA, mostraram que as vendas cresceram tanto nas lojas quanto pela Internet, alimentadas por repetidas visitas, maior volume de vendas pela rede e grandes descontos de varejistas em toda a cadeia de preços.

Os investidores podem ver esses dados como positivos quando as ações dos varejistas voltarem a ser negociadas em bolsa nesta segunda-feira, encarando-os como um sinal de que os consumidores continuam gastando apesar da pior crise financeira desde a Grande Depressão.

Mas grupos da indústria e analistas disseram que as cifras da "Black Friday" não mudaram sua visão de que 2008 será uma das piores temporadas de compras de fim de ano nos últimos tempos.

"Colocamos tudo isso no contexto e percebemos que a "Black Friday" não vai salvar a temporada de festas", disse a porta-voz da Federação Nacional de Varejistas dos EUA (NRF, na sigla em inglês), Ellen Davis. "Independentemente das vendas no varejo, os lucros do varejo são outro assunto. Tudo foi vendido com uma margem estreitíssima (de lucro)."

De acordo com um estudo da NRF, os compradores disseram ter gasto em média cerca de 373 dólares por pessoa, um aumento de 7,2 por cento, durante os quatro dias do feriado de Ação de Graças emendado com o final de semana, de quinta-feira a domingo. O total gasto foi de 41 bilhões de dólares.

Mais de 172 milhões de compradores disseram ter visitado lojas e sites nesse período, em comparação aos 147 milhões do ano passado, disse a NRF. Excluídas as visitas repetidas, o número de pessoas que afirmaram ter comprado durante o final de semana subiu de 99,5 milhões para 110 milhões.

A NRF manteve sua previsão de um aumento de 2,2 por cento no total de vendas da temporada de fim de ano, para 470,4 bilhões de dólares, o que faria de 2008 o feriado mais fraco em seis anos. Outros analistas previram que as vendas podem ser as piores em quase duas décadas.

A NRF disse que os consumidores realizaram mais compras durante o fim de semana da "Black Friday" deste ano do que no passado. Mas o auge do consumo deve diminuir muito nas próximas semanas, e as lojas podem ter que oferecer descontos ainda maiores.

Os dados da NRF vêm de uma pesquisa com 3.370 consumidores realizada pela BIG Research entre quinta-feira e sábado e inclui os planos de compras dos consumidores para o domingo.

Em uma pesquisa conduzida pelo America's Research Group, 38 por cento de 809 entrevistados disseram ter gasto menos neste final de semana do que um ano atrás, enquanto 18,9 por cento disseram ter gasto mais.

"É impossível as vendas no varejo crescerem se o dobro dos consumidores gastaram menos", disse Britt Beemer, presidente e fundador do grupo.

Beemer planeja reduzir sua previsão de vendas na temporada, que era de queda de 1 por cento, depois de ver os resultados das pesquisas do fim de semana. Essa previsão foi a primeira de Beemer a apontar queda nas vendas em 23 anos de pesquisas do gênero.

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