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Problemas com a dívida de Dubai derrubam as ações de bancos europeus nesta quinta-feira (26), apesar dos esforços do emirado para minimizar o impacto dos planos de reestruturação de dívida de duas das maiores empresas da região.

As ações de bancos, que subiram nos últimos seis meses em meio à expectativa de que o pior da crise econômica global já tivesse passado, caíam para as mínimas desde maio com o medo de uma exposição a Dubai.

O emirado, cujos projetos extravagantes têm ficado em compasso de espera desde o início da crise, afirmou na quarta-feira (25) que vai pedir aos credores das empresas Dubai World e Nakheel para adiar o pagamento de bilhões de dólares em dívidas.

Nesta quinta-feira, Dubai tentava devolver alguma confiança dizendo que a lucrativa DP World não será envolvida na reestruturação.

"Pode ser uma decisão para distinguir as companhias solventes das menos solventes, em uma tentativa de tirar peso das entidades com menos exposição", disse John Sfakianakis, economista-chefe do banco Saudi Fransi.

"Isso não alivia inteiramente as preocupações do mercado, mas pode sinalizar o começo de um processo de reestruturação e recategorização".

O anúncio de quarta-feira fez disparar o custo dos seguros de dívida de Dubai e derrubou os preços dos títulos.

A estatal Dubai World tem 59 bilhões de dólares em compromissos, informou em agosto sua subsidiária Nakheel. Esse montante representa grande parte da dívida total de Dubai, de 80 bilhões de dólares.

"Eu não teria pressa para falar em contágio. Qualquer coisa de Abu Dhabi e Catar tem o lastro de muito dinheiro. Dubai é muito mais alavancada", disse Youssef Affany, gestor de relações do Citi que é especialista na região.

"Haverá algum tipo de solidariedade vinda dos emirados e do vizinho grande, Arábia Saudita", disse.

Analistas esperam que o apoio financeiro de Abu Dhabi, vizinho que é membro dos Emirados Árabes Unidos, mantenha Dubai respirando. Mas Dubai provavelmente terá que abandonar seu modelo econômico focado em pesados investimentos no mercado imobiliário e ingressos de capital estrangeiro.

O anúncio pareceu planejado para minimizar o impacto sobre os mercados regionais; ele ocorreu após o fechamento do mercado de ações e antes do longo feriado de Eid al-Ad, que fechará muitas empresas e escritórios do governo em Dubai até 6 de dezembro.

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