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A Petroleira OGX, do grupo de Eike Batista, começou a reportar uma série de problemas a partir de fevereiro deste ano.

Desde a perfuração do terceiro poço no campo de Tubarão Azul, o único da companhia no mar, a produção se manteve sempre muito abaixo do esperado. Ao contrário dos 15 mil barris por dia estabelecido como meta, o desempenho estagnou em cerca de 5 mil barris/dia.

Investidores e bancos começaram a ficar receosos de que as empresas do grupo X não entregassem o prometido. As ações derreteram na Bolsa.

Eike fechou, então, uma parceria com o banqueiro André Esteves, do BTG Pactual, para tentar reverter a situação e encontrar sócios estratégicos para suas empresas. Mas os problemas eram muito piores do que o BTG imaginava.

Após constante queda no preço das ações nos meses seguintes, em maio, a empresa divulgou balanço anunciando um prejuízo de R$ 805 milhões no primeiro trimestre. Com isso, foi acertada a venda de 40% do campo de Tubarão Martelo à malasiana Petronas.

O mercado começou a ver sinais de incerteza sobre a vontade e a capacidade de Eike de honrar a opção de compra de US$ 1 bilhão de ações da OGX até 30 de abril de 2014, feita em 2012.

Enquanto as agências de classificação de risco, como Moody's e Standard & Poor's, rebaixavam constantemente a nota da OGX, a empresa reportou uma série de problemas com a perfuração do quarto poço. Em junho, finalmente, foi anunciado que as operações em Tubarão Azul, já muito abaixo da meta, terminariam em 2014, o que deteriorou de vez a confiança dos investidores.

A OGX informou ainda que desistira de explorar os campos de Tubarão Areia, Tubarão Gato e Tubarão Tigre, ainda pré-operacionais.

Em agosto, a divulgação do balanço do segundo trimestre revelou que os prejuízos haviam disparado para R$ 4,7 bilhões, mas Eike assegurou que teria caixa para honrar compromissos de médio prazo estabelecidos.

Já no mês seguinte, porém, Eike pediu aos bancos públicos BNDES e Caixa Econômica Federal mais um ano para o pagamento de empréstimos totalizado em R$ 1 bilhão.

Logo depois, em 1º de outubro, a petroleira informou que optou em não pagar juros no valor de cerca de US$ 45 milhões como remuneração a bônus emitidos no exterior, que venceriam no dia.

O calote fez com que analistas apontassem para a possibilidade de recuperação judicial, no caso de falta de acordo na negociação com os credores, o que acabou, de fato, ocorrendo.

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