• Carregando...
Estoques em fábricas e concessionárias são suficientes para 34 dias de vendas | Valterci Santos/ Gazeta do Povo
Estoques em fábricas e concessionárias são suficientes para 34 dias de vendas| Foto: Valterci Santos/ Gazeta do Povo

De fora

Participação de importados já preocupa

A participação de veículos importados no total das vendas de janeiro foi de 23,5%, uma das maiores desde os anos 90, segundo Aurélio Santana, diretor da Anfavea. Embora só tivesse em mãos dados do ano passado, o executivo acredita que essa participação dos importados seja a maior desde 1994. Em dezembro de 2010 os importados responderam por 21,7% das vendas de veículos no Brasil.

Segundo a Anfavea, em janeiro foram importados 58 mil veículos montados e exportados 32 mil, o que resultou numa balança comercial negativa em 26 mil unidades. "O problema não é importar veículos, mas estarmos sem competitividade hoje em dia para exportar", afirmou o presidente da Anfavea, Cledorvino Belini, referindo-se ao real valorizado perante o dólar.

Segundo Belini, é da Argentina que veio a maioria dos carros importados: 52,8%. Em segundo lugar ficou o México, com 10,6% dos veículos importados, seguido pela Coreia (21,7%), União Europeia (6,4%), China (3,2%) e Japão (2,4%). Esses dados incluem veículos importados por montadoras instaladas no Brasil e também os importados pelas que não têm fábricas no país.

Agência Estado

  • Veja o desempenho do mercado de veículos entre os meses de janeiro de 2010 e 2011

Os carros populares vêm perdendo participação nas vendas no Brasil. A fatia dos automóveis 1.0 atingiu 46,2% do total em janeiro, igualando o patamar registrado em novembro de 2008, logo depois do agravamento da crise mundial. De acordo com os dados divulgados ontem pela Anfavea (associação das montadoras), os veículos com motorização entre 1.0 e 2.0 representaram 52% dos licenciamentos; os acima de 2 mil cilindradas foram 1,8% do mercado.

Para o presidente da entidade, Cledorvino Belini, "ainda é cedo" para atribuir essa redução na participação dos carros populares no total de vendas às medidas para frear os financiamentos no setor automotivo tomadas pelo governo federal no fim de 2010. "Pode ser pontual de um mês, mas pode ser também [uma queda] em função da restrição de crédito. Em mais dois ou três meses poderemos chegar a essa conclusão", afirmou.

As medidas do BC atingiram principalmente consumidores que adquirem carros em planos longos de financiamento e sem entrada. O consultor do setor automotivo André Beer, ex-presidente da Anfavea, chama a atenção para o fato de que, já em dezembro, a participação de carros populares nas vendas havia caído para 48%. "Há muitas pessoas em stand by, esperando para comprar o carro novo", afirma.

Um dos argumentos do governo para adotar as medidas foi o crescimento da inadimplência. Belini, no entanto, informou que em janeiro apenas 2,6% dos contratos estavam com atrasos acima de 90 dias, o menor índice desde 2001. "O setor tem ajudado a puxar para baixo o índice total de inadimplência [que inclui outros produtos, como eletrodomésticos], que está em 5,7%", argumenta.

Janeiro

Apesar dos resultados inferiores na comparação com dezembro, a indústria automobilística registrou o melhor janeiro em vendas e produção. Incluindo caminhões e ônibus, foram produzidos 261,7 mil veículos, 6,4% a mais que em igual mês de 2010, mas 9,1% a menos que em dezembro. As vendas aumentaram 14,8% em relação ao primeiro mês de 2010, para 244,8 mil unidades, mas foram 35,8% menores que dezembro.

O presidente da Anfavea lembra que janeiro historicamente é um mês mais fraco. Além disso, dezembro foi o melhor mês da história, com 386,6 mil unidades comer­­cializadas. Já a produção caiu menos, segundo ele, em razão de necessidade de repor estoques. Janeiro fechou com 269,7 mil carros em estoque nas concessionárias e fábricas, o equivalente a 34 dias de vendas. No mês anterior havia 254,8 mil veículos, suficientes para 21 dias de vendas.As vendas de automóveis e veículos comerciais leves do modelo bicombustível (flex) somaram 193,5 mil unidades em janeiro, o que equivale a 84,1% do total comercializado na categoria no país. O resultado indica um recuo em relação ao desempenho de dezembro, quando a fatia dos bicombustíveis era de 85,6%, com 309,2 mil unidades.

Empregos

O setor encerrou o mês de janeiro com 137,3 mil empregados, crescimento de 0,9% em relação a dezembro. Na comparação com janeiro de 2010, houve alta de 8,8% no contingente. O número é o maior desde dezembro de 1990, quando havia 138,4 mil funcionários. O segmento de máquinas agrícolas teve alta de 1,2% no número de empregados na comparação com dezembro e registrou 18,7 mil funcionários. Em relação a janeiro de 2010, a alta é de 18,5%.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]