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Pátio de fábrica da Nissan no Japão: corte de 20 mil vagas ao redor do mundo | Toru Hanai/Reuters
Pátio de fábrica da Nissan no Japão: corte de 20 mil vagas ao redor do mundo| Foto: Toru Hanai/Reuters

Cortes nas montadoras somam 1,8 mil

SÃO PAULO - O número de empregos nas montadoras brasileiras registrou em janeiro deste ano a terceira queda consecutiva. A primeira, em novembro de 2008, havia sido a primeira desde dezembro de 2006. Segundo a associação dos fabricantes (Anfavea), foram eliminados 1.858 postos de trabalho apenas no mês de janeiro, representando uma queda de 1,5% no período. Somados os três meses de cortes, a indústria mostra uma eliminação de 5,5 mil vagas.

Nissan

Ontem, a montadora japonesa Nissan anunciou que deve cortar 20 mil empregos em todo o mundo como resultado do primeiro ano de prejuízo da companhia em quase uma década. A empresa prevê uma perda de US$ 2,9 bilhões para o ano fiscal de 2008-2009 (que termina em março deste ano).

"A indústria automotiva mundial está em uma crise, e a Nissan não é exceção’’, afirmou o executivo-chefe da aliança Renault-Nissan, o brasileiro Carlos Ghosn, que enfrenta sua primeira crise à frente da aliança. Os cortes vão atingir as unidades dos Estados Unidos, Europa, México e Japão. Trabalhadores da fábrica de São José dos Pinhais não serão incluídos.

França

Diante da perspectiva de ver todo um setor da economia afundar com a crise, o presidente francês Nicolas Sarkozy anunciou ontem um "pacto" de um total de 7,8 bilhões de euros para salvar a indústria automobilística, que emprega 10% da mão-de-obra na França. O governo vai oferecer empréstimos de até 6,5 bilhões de euros para a Renault, Renault Trucks e a PSA Peugeot Citröen, a taxas de juros favoráveis: 6%, no lugar de 11% a 12% aplicadas pelos bancos.

Das agências

SÃO PAULO - A produção da indústria automobilística voltou a crescer em janeiro, depois de cinco meses em declínio. No mês passado, foram produzidos 186,1 mil veículos (automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus) no país, quase o dobro que em dezembro (92,7%). Já as vendas mostraram uma leve recuperação, com alta de 1,5%, atingindo 197,5 mil unidades, contra 194,5 mil em dezembro. Mas, diante dos números de janeiro de 2008 — 255,2 mil veículos fabricados e 215 mil vendidos —, a produção caiu 27,1% e as vendas, 8,1%. Os dados foram divulgados ontem pela Anfavea, associação que reúne as montadoras instaladas no país.

Apesar da melhora dos indicadores de desempenho do setor, atribuída principalmente à redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) e à recuperação da oferta de crédito, a entidade adiou mais uma vez o anúncio de suas projeções para o mercado este ano. "A redução do IPI teve efeito direto e há uma expectativa de que a recuperação continue, mas ainda é difícil dizer onde vai se estabelecer o novo patamar do mercado", disse o presidente da Anfavea, Jackson Schneider.

Os primeiros números de fevereiro são positivos: até o dia 6, a produção andava a um ritmo de 10,8 mil unidades por dia, e as vendas, de 9,9 mil veículos. "As vendas estão sendo retomadas, mas não esperamos volumes iguais aos de antes", afirmou Schneider.

A produção do setor atingiu seu auge em julho, com 317,9 mil unidades, e hoje está situada em menos de dois terços daquele número. Com as férias coletivas de final de ano, que avançaram até a segunda semana do mês, em alguns casos, e a recuperação nas vendas, os estoques nas montadoras e concessionárias fecharam janeiro em 193.384 unidades, o equivalente a 31 dias de vendas, depois de ter chegado a 305 mil unidades em dezembro, ou 56 dias de vendas.

Questionado sobre as filas para comprar alguns modelos, Schneider negou que as montadoras tenham exagerado nos ajustes na linha de produção. Segundo ele, os problemas de desabastecimento são pontuais.

Mas, se no front doméstico houve avanço, as exportações preocupam. Em janeiro, as vendas externas da indústria automobilística somaram US$ 428,3 milhões, valor 50,5% menor que o das exportações de dezembro. Diante de janeiro de 2008, essa queda chega a 58,2%. "Todos os nossos mercados (Europa, Estados Unidos e América Latina) estão caindo", observou Schneider.

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