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Setor de veículos automotores foi um dos responsáveis pela queda da produção industrial | Divulgação
Setor de veículos automotores foi um dos responsáveis pela queda da produção industrial| Foto: Divulgação

Pacote de ajuda também eleva imposto

O pacote de estímulo à indústria anunciado na semana passada pela presidente Dilma Rousseff corta impostos de um lado e aumenta a carga tributária de outro. Ao limitar o abatimento do gasto com a compra de insumos importados que as empresas podem fazer no pagamento de Imposto de Renda e na Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL), acabou criando um mecanismo que vai pesar no bolso das companhias.

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Competitividade

Fabricantes de brinquedos vão reduzir preços

Para ajudar a indústria nacional a se equilibrar o mercado brasileiro do setor de brinquedos, onde a participação dos produtos chineses chegou a 70% em 2011, a Associação Brasileira dos Fabricantes de Brinquedos (Abrinq) decidiu reduzir os preços de cerca de metade da produção. Segundo Synésio Batista da Costa, presidente da entidade, 52% dos brinquedos nacionais vão custar até R$ 50 para o consumidor. "!Pretendemos, nos próximos três anos, estabilizar o mercado e chegar em 70% nacional e 30% importado. A primeira decisão é que 52% de toda a ‘frota’ vão custar até R$ 50. O preço do brinquedo tem que cair ao que era praticado em 2009 e ficar próximo do que custa um produto importado da China ao consumidor. E vamos avançar para alcançar as classes D e E", explica o presidente da Abrinq.

A indústria brasileira de brinquedos é formada por 523 fábricas, responsáveis pela geração de mais de 25 mil empregos diretos. Neste ano, o faturamento anual da indústria está estimado em R$ 3,8 bilhões, 10% a mais que em 2011.

1,3%

foi a taxa de crescimento da indústria em todo o país em fevereiro. A alta foi puxada por Pará, que registrou aumento de 6,2%, Rio de Janeiro (3,7%), Minas Gerais (3%), Ceará (2,5%) e São Paulo (1,5%).

A produção industrial no Paraná caiu 7,7% em fevereiro na comparação com janeiro, segundo dados divulgados ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Foi o pior resultado entre os estados e ficou na contramão do desempenho da indústria nacional, que na média cresceu 1,3% em relação a janeiro.

Na comparação com o mesmo período do ano passado, a produção paranaense cresceu 0,5% e no bimestre houve avanço de 2,6% em relação aos dois primeiros meses do ano passado.

"Ainda assim o crescimento no acumulado do ano ficou bem abaixo do ritmo verificado no último trimestre de 2011, quando a indústria paranaense vinha crescendo a taxas de 15%", diz Fernando Abritta, economista da coordenação de indústria do IBGE.

Em fevereiro, oito dos 14 setores pesquisados tiveram queda da produção em relação ao mesmo período do ano passado. O setor de veículos automotores (-18%) exerceu a principal influência negativa sobre o total da indústria, seguido por outros produtos químicos (-46,5%) e máquinas e equipamentos (-15,1%).

Para Abritta, o Paraná vem perdendo ritmo de produção industrial, depois de um 2011 de forte aceleração, principalmente no último trimestre, o que contribuiu para um crescimento, no ano, de 7% – o maior do país.

Em janeiro, a produção industrial havia recuado 6,7% em relação a dezembro, indicando que o ano deve ser mais difícil para a indústria do estado. Segundo Roberto Zurcher, economista da Federação das Indústrias do Paraná (Fiep), a produção menor em fevereiro na comparação com janeiro foi puxada também por efeitos sazonais. O setor de edição e impressão, que tinha sido destaque em janeiro, por conta das encomendas de livros didáticos, não teve o mesmo desempenho em fevereiro, embora ainda tenha um resultado robusto na comparação com o mesmo mês de 2011. Com o início da safra, a produção de produtos químicos – como adubos e fertilizantes – foi menor. O número menor de dias no mês e a entressafra do álcool também afetaram a produção industrial.

Zurcher espera uma recuperação em março, mas admite que dificilmente a indústria do Paraná repetirá a taxa de crescimento do ano passado. A quebra da safra agrícola, provocada pela forte estiagem, deve comprometer a renda no campo e afetar o consumo nos próximos meses. A Fiep prevê que as vendas industriais cresçam entre 3,5% e 4% em 2012 – abaixo dos 5,8% verificados no ano passado.

Pacote do governo

O pacote industrial lançado pelo governo na semana passada deve surtir efeito positivo principalmente a partir do segundo semestre desse ano, mas ainda há dúvidas se ele será suficiente para reverter esse quadro.

"Está claro que a desoneração da folha de pagamento, o aumento do crédito e a redução de juros terão efeito positivo, mas qual será o tamanho desse efeito ainda não temos como saber", afirma Abritta, do IBGE.

Para Gilmar Mendes Lourenço, presidente do Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico Social (Ipardes), além da quebra na safra, o aumento do endividamento das famílias – que é um fator que inibe consumo – e as férias coletivas de algumas indústrias do setor metalmecânico ajudam a explicar a marcha lenta da indústria paranaense no início do ano. Porém, para Lourenço, o fraco desempenho deve ser revertido nos próximos meses.

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