• Carregando...
Confira a situação da indústria brasileira |
Confira a situação da indústria brasileira| Foto:

O desempenho da indústria, um dos setores mais afetados pela crise econômica, voltou a dar sinais de melhora em abril. Puxada pelo setor automotivo, a produção industrial brasileira cresceu 1,1% na comparação com março, a quarta alta consecutiva, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Apesar da leve recuperação, o ritmo ainda registra retração de 14,8% na comparação com abril do ano passado e de 14,7% na comparação entre os quadrimestres. No acumulado dos últimos 12 meses, a produção industrial tem recuo de 3,9%, o maior desde junho de 1996 (-4%).

Segundo o IBGE, 16 dos 27 ramos pesquisados apresentaram resultados positivos em abril. O principal destaque ficou por conta da indústria de veículos automotores, com alta de 3,3% no mês, embalada pela redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) sobre automóveis, que vale até o fim de junho. Após forte ajuste de estoques no fim do ano passado, esse setor acumula alta de 61,1% na comparação com dezembro. Na comparação entre os quadrimestres, no entanto, o setor acumula queda de 26,58%.

Segundo André Macedo, economista da coordenação de indústria do IBGE, a pesquisa aponta para uma recuperação gradual do ritmo da produção, depois do tombo sofrido pela indústria no fim do ano passado. Desde o início do ano, a indústria brasileira acumula uma taxa positiva de 6,2% em relação a dezembro de 2008, mas ainda está longe de compensar a queda de 20% verificada no último trimestre do ano passado. "O que podemos dizer é que esse desempenho abre caminho para uma recuperação mais expressiva a partir do segundo semestre, mas ainda assim a indústria deve fechar 2009 com retração na produção", prevê Rogério César de Souza, economista do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi). "A indústria ainda está passando por uma fase de ajuste, tentando achar qual o ponto de equilíbrio entre demanda e estoques", acrescenta.

De acordo com o IBGE, o desempenho das fabricantes de veículos puxou os demais segmentos vinculados à produção do setor, como metalurgia básica (5,1%), borracha e plástico (6,7%), máquinas, aparelhos e materiais elétricos (8,3%) e produtos de metal (6,8%).

Em contrapartida, os destaques negativos ficaram por conta de edição e impressão (-3,1%), equipamentos de instrumentação médico-hospitalares e óticos (-13,0%) e refino de petróleo e produção de álcool (-1,7%).

Segundo Souza, do Iedi, a retomada do crédito e dos prazos de financiamento tendem a melhorar o quadro para a indústria de maneira geral. Na comparação com março, todas as categorias de uso registraram índices positivos. As taxas mais elevadas foram apontadas pelos segmentos de bens de consumo duráveis (2,7%) e de bens de capital, representado por máquinas e equipamentos, com 2,6%. O segmento de bens de consumo duráveis, com a quarta taxa positiva nessa comparação, já acumulou 57,8% de crescimento, em 2009, frente aos 48,7% de recuo nos três últimos meses de 2008. O resultado desse segmento deve ser ainda melhor em maio, com o reflexo da redução do IPI sobre os eletrodométicos de linha branca. O desempenho do setor de bens intermediários (1,1%) ficou igual à média da indústria, enquanto bens de consumo semi e não duráveis praticamente repetiu o patamar do mês anterior (0,3%).

Apesar do crescimento em abril, o setor de bens de capital – atrelado principalmente a investimentos – se mantém como um dos mais afetados pela crise. Na comparação com abril do ano passado, acumula queda de 29,3%. "Houve uma melhora, mas é um setor que sofreu com a queda do volume de crédito e do recuo dos investimentos na economia brasileira. E sabemos que a retomada dos investimentos é mais lenta", afirma Souza, do Iedi.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]