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Pedidos conservadores para a redução de estoques do varejo têm o potencial de prolongar a onda de baixa na qual a indústria entrou em 2008. Os dados divulgados na semana passada, referentes a novembro, mostram uma retração de 5,2% na produção industrial na comparação com outubro. A queda deve continuar, pois o setor está com estoques altos – uma pesquisa da Fundação Getulio Vargas com mais de mil empresas revela que mais de 15% delas estavam com mais mais produtos nos depósitos do que o desejado em novembro. O dado é o dobro do visto em outubro, o que mostra que a produção estava se adaptando a uma demanda menor do que a esperada.

"A indústria não vai produzir sem encomendas. Por isso é importante ver como será a reposição de estoques", diz Carlos Thadeu de Freitas, economista-chefe da CNC. O varejo teria estímulo para retomar a aposta no crescimento das vendas no caso de o emprego resistir à crise nos primeiros meses do ano. "Para o grande público, a crise só vai ser sentida com o desemprego subindo muito. Estamos muito atentos a essa variável", diz o supervisor geral da Lojas Cem, Valdemir Colleone.

No caso de haver uma longa retração no emprego por causa de novas demissões nos primeiros setores atingidos pela crise – como mineração, siderurgia e automotivo – o consumo encolheria e o ajuste das redes varejistas continuaria, alimentando um ciclo de baixa com uma nova rodada de queda nos pedidos para a indústria e mais demissões. Pelo último dado disponível, referente a novembro e que mostrou uma redução de 40 mil empregos formais no país, essa variável começa a se deteriorar.

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