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Quiosques da Praia Central de Guaratuba não têm autorização para funcionar | Carlos Ohara/Gazeta do Povo
Quiosques da Praia Central de Guaratuba não têm autorização para funcionar| Foto: Carlos Ohara/Gazeta do Povo

A produção industrial do Paraná avançou 10,4% em julho na comparação com o mesmo mês do ano passado, segundo melhor resultado no Brasil, ficando atrás somente de Minas Gerais – que teve expansão de 11,4%. Apesar do resultado expressivo, há setores da indústria paranaense que amargam queda no mês. Dos 14 segmentos monitorados pela Pesquisa Industrial Mensal Regional do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), quatro registram baixas na produção: alimentos, refino de petróleo e álcool, edição e impressão e minerais não-metálicos.

Na comparação de julho de 2007 com julho de 2006, a maior queda foi registrada na atividade de refino de petróleo (-17%). O motivo foi uma parada programada promovida entre junho e julho pela Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar) para atender a uma norma de segurança do Ministério do Trabalho e Emprego. Caldeiras e fornos pararam alternadamente, procedimento repetido a cada 30 meses. Com isso a produção foi desacelerada: foram refinados em julho 24 milhões de barris petróleo por dia, ante capacidade de 32 milhões/dia. De acordo com a empresa, o mercado não ficou desabastecido por conta da interrupção.

O setor de minerais não-metálicos, em que o item de maior peso é o cimento, produziu 3,5% menos. Para o IBGE, trata-se de queda sazonal, já que nos sete primeiros meses do ano a alta é de 13%, condizente com o "boom" vivido pela construção civil e a alta de renda da população.

A queda de 3% entre os alimentos foi influenciada pela produção menor de açúcar, devido à chuva durante a segunda quinzena de julho. "Quando chove o transporte da cana pára", explica o superintendente da Associação dos Produtores de Álcool e Açúcar do Paraná (Alcopar), José Adriano Dias. No período, a moagem, que normalmente gira em torno de 190 mil a 200 mil toneladas de cana, ficou em 117 mil toneladas. No acumulado do ano, o setor de alimentos tem alta de 3,2%.

O setor de edição e impressão, com queda de 8,1% em julho com relação ao mesmo mês de 2006, enfrenta sua "entressafra". O período de produção intensa começa por volta de outubro, com a aproximação das compras escolares. Em junho, a produção já havia caído 51% em relação a junho de 2006. "No meio do ano o mercado sofre estagnação. As empresas aproveitam para preparar os novos produtos que venderão nos meses seguintes", explica o proprietário da Editora Base, Ademir Adur.

No segundo semestre a Base começa a entregar os volumes encomendados pelo Ministério da Educação. Serão 1,5 milhão de livros de ensino médio e de 5.ª a 8.ª série.

Além disso, o economista da coordenação de indústria do IBGE, André Macedo, lembra que a alta base de comparação de 2006 em relação a 2005 (alta de 37% somando a produção dos meses de junho e julho) força os números para baixo.

Para a regional paranaense da Associação Brasileira da Indústria Gráfica (Abigraf), o crescimento acumulado no ano, de 1,9%, representa a continuidade da recuperação a "conta-gotas" vivida pelo setor desde 2004, ano em que começou a reagir às perdas decorrentes do avanço da internet.

O setor que enfrenta perdas há mais tempo, o da madeira, produziu 11,6% menos nos sete primeiros meses do ano. "A queda foi perceptível, mas há empresas que encontram solução na agilidade e modificação de produto", diz o presidente da Associação Paranaense de Empresas de Base Florestal (Apre), Roberto Gava.

Recuperação

Macedo, do IBGE, destaca que, apesar das quedas, a indústria vai bem no Paraná e a recuperação agrícola movimenta diversos segmentos. "O cenário positivo se estende a setores indiretamente beneficiados, como máquinas e fertilizantes."

Na comparação de julho ante julho de 2006 (avanço de 10,4%), as principais contribuições positivas vieram de veículos automotores (54,4%, em que entram os caminhões e tratores), máquinas e equipamentos (45,4%) e produtos químicos (35,9%, em que entram os fertilizantes). A produção industrial do estado avançou 0,4% entre julho e junho.

Nos sete primeiros meses do ano o resultado acumulado foi de 7,3%, com destaque novamente para veículos automotores (18,1%), máquinas e equipamentos (20,1%) e produtos químicos (40,8%).

Nacional

Na comparação com junho deste ano, a produção industrial brasileira recuou 0,4%. Oito dos 14 locais pesquisados tiveram alta na produção. No indicador acumulado no ano, treze locais registraram índices positivos, com destaque para Minas Gerais e Rio Grande do Sul (ambos com 8,4%), novamente o Paraná (7,3%) e Pernambuco (6,1%), todos com performances acima da média do país (5,1%).

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