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O Paraná deve usar cerca de R$ 8 bilhões dos R$ 70 bilhões em financiamentos previstos para a safra 2007/08, segundo estimativa do Banco do Brasil. O valor corresponde a 12% dos recursos anunciados para o Plano Agrícola e Pecuário, na quinta-feira, pelo governo federal. "Com a redução de juros de 8,75% para 6,75%, a tendência é de que a participação histórica de 12% aumente um pouco ou pelo menos se mantenha", afirma o gerente de Mercado no setor de Agronegócio do Banco do Brasil, Sérgio Mantovani.

No entanto, as entidades que representam os agropecuaristas do estado contam com a possibilidade de queda nessa participação. Os juros não baixaram tanto e sobraram recursos no último ano-safra, considera o assessor técnico-econômico da Federação da Agricultura do Estado do Paraná (Faep), Carlos Augusto Albuquerque. Ele diz que a sobra foi de R$ 2 bilhões e que isso é um forte indício de que a capacidade de endividamento do produtor vem se esgotando.

Os R$ 60 bilhões do orçamento da safra 2006/07 estavam disponíveis até sexta-feira. Houve produtor de trigo que firmou contrato no último dia, apesar da previsão de redução no juro. Isso porque, sem contrato assinado, a lavoura ficaria sem seguro. Os recursos da safra 2007/08 só devem estar disponíveis nas instituições bancárias daqui a duas semanas. O valor destinado a cada estado não é fixo. Cada agência bancária trabalha com um orçamento, mas os recursos podem ser remanejados em caso de maior procura em determinada região.

Segundo Mantovani, o novo Plano Agrícola e Pecuário estimula o médio produtor a buscar financiamento. Para isso, o Programa de Geração de Emprego e Renda Rural (Proger Rural) teve redução de juro, ampliação de orçamento e elevação de limite de renda. Nessa linha de financiamento, os produtores não podiam ter renda acima de R$ 100 mil ao ano. Agora, o teto é de R$ 220 mil. O valor máximo por beneficiário foi elevado de R$ 48 mil para R$ 100 mil e o orçamento do programa passou de R$ 700 mil para R$ 2,2 bilhões. Além disso, o juro foi reduzido de 8% para 6,25% – meio ponto abaixo da taxa das linhas comuns.

As mudanças no Proger Rural estão relacionadas à baixa procura por esta linha de crédito na safra passada, que foi 36% menor que na anterior. No mesmo período, outras linhas de financiamento com juros a 8,75% tiveram aplicação até 39% maior, conforme o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. O efeito do Proger, no entanto, pode ser atenuado pelo fato de o limite de financiamento dos produtores de soja ter sido mantido em R$ 300 mil.

A meta da agricultura familiar no Paraná também é garantir a décima parte do valor disponível para o setor. As organizações que representam os cerca de 320 mil agricultores familiares do estado tentam elevar a participação regional incentivando a elaboração de projetos e cobrando agilidade das instituições bancárias. "O Plano Agrícola foi anunciado sem atraso, a tempo de corrermos atrás dos recursos antes do plantio", afirma o presidente da Federação dos Trabalhadores na Agricultura Familiar do Paraná (Fetaep), Ademir Mueller.

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