• Carregando...

O Índice Geral de Preços do Mercado (IGP-M) acelerou a alta em janeiro, pressionado por pressões sazonais, sobretudo de alimentos in natura, que devem arrefecer já a partir de fevereiro, informou a Fundação Getúlio Vargas (FGV) nesta terça-feira.

O IGP-M subiu 0,50 por cento em janeiro, seguindo a elevação de 0,32 por cento em dezembro. Em janeiro de 2006, inflação medida pelo índice foi de 0,92 por cento.

O dado ficou em linha com a média de previsões de analistas consultados pela Reuters, de 0,49 por cento.

``Esse salto não tem nenhuma surpresa. O destaque é o IPC, que dobrou e isso é causado por influências sazonais'', disse Salomão Quadros, economista da FGV.

``Em primeiro lugar temos os alimentos in natura, uma pressão típica de início de ano por causa das chuvas, e em segundo lugar temos as mensalidades escolares, reajustadas sempre em janeiro.''

Segundo Quadros, os preços dos in natura contribuíram com 0,21 ponto percentual da taxa do IGP-M do mês.

O Índice de Preços ao Consumidor (IPC), com contribuição de 30 por cento no IGP-M, subiu 0,81 por cento em janeiro, seguindo avanço de 0,39 por cento no mês anterior.

Os custos de Alimentação no varejo avançaram 1,43 por cento neste mês, após caírem 0,11 por cento em dezembro. Os de Educação, leitura e recreação subiram 1,54 por cento, contra alta de 0,30 por cento no mês passado.

Os in natura também pressionaram outro componente do IGP-M, o Índice de Preços por Atacado (IPA), com alta de 0,40 por cento, ante elevação de 0,29 por cento em dezembro.

O IPA agrícola -que engloba os alimentos in natura- avançou 0,59 por cento, acima da elevação de 0,30 por cento no mês passado.

O terceiro componente do IGP-M, o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC), registrou um aumento de 0,45 por cento, depois de fechar dezembro com alta de 0,30 por cento.

Fevereiro

Os alimentos in natura com as maiores altas, tanto no atacado como no varejo, foram laranja, tomate, mandioca e cenoura.

``Esses preços de in natura sobem rápido e caem rápido. A característica desses aumentos é ser muito forte, mas de curta duração'', ressaltou Quadros, apostando na desaceleração do índice no próximo mês.

Segundo ele, em fevereiro o IPC certamente terá uma variação inferior à de janeiro e talvez abaixo também da registra em dezembro.

``Educação no final de fevereiro vai ter zerado. Transporte urbano (com o aumento do ônibus em algumas capitais) também'', afirmou o economista. ``O IGP-M vai ser menor que o de janeiro, mas não posso dizer que vai ser menor que o de dezembro.''

O primeiro semestre deve ser um período tranquilo para a inflação pelo IGP-M. Quadros lembra que em março se inicia a safra de alguns grãos, o que ajuda a derrubar os preços.

As pressões conhecidas devem vir no segundo semestre: em julho e agosto começam as entressafras de bovinos e grãos e entre junho e agosto há os reajustes de tarifas como telefonia e energia elétrica.

``O primeiro semestre tem uma boa perspectiva... mas sempre temos que lembrar que o IPA é muito sensível à variação de preços dos mercados internacionais e então não devemos nos surpreender se encontrarmos alguma pressão fora de hora'', disse ele.

O IGP-M de janeiro corresponde à variação dos preços entre os dias 21 de dezembro de 2006 e 20 de janeiro de 2007.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]