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Idealizado há mais de uma década, o projeto de um alcoolduto que liga Sarandi, cidade vizinha de Maringá, ao porto de Paranaguá finalmente chegou às suas primeiras etapas práticas. Desde março, o Instituto Ambiental do Paraná (IAP) tem realizado audiências públicas nas cidades por onde o duto deve passar. Esta é a fase final para a obtenção da licença ambiental prévia da obra.

INFOGRÁFICO: Veja a variação do preço do etanol durante as fases do projeto

"É nesse momento que o IAP e os responsáveis pelo poliduto avaliam se a comunidade aprova ou não as modificações necessárias no meio social e ambiental", afirma o presidente do IAP, Luiz Tarcísio Mossato Pinto. Depois de liberada, a construção do duto deve demorar dois anos.

O projeto atual prevê um poliduto – o canal estaria apto a transportar outras substâncias além do álcool – passando por 23 cidades paranaenses, ligando o Noroeste do estado, que produz 70% do etanol paranaense, à Repar, em Araucária, e ao porto.

Efeitos

A Central Paranaense de Logística (CPL), empresa responsavel pela obra, estima que os custos de transporte do etanol pelo estado caiam 40% com o novo ramal. Com 500 quilômetros de comprimento e 20 polegadas de diâmetro, o duto deve escoar 4 bilhões de litros de etanol por ano.

Hoje, o álcool produzido nas mais de trinta destilarias da faixa norte do estado é levado para Paranaguá por meio de rodovias e ferrovias. Com o duto, estima-se uma redução de 133 mil caminhões-tanque carregados com etanol nas estradas paranaenses, que deixariam de emitir 60 mil toneladas de gás carbônico na atmosfera.

Investimento

A obra está orçada em R$ 1 bilhão e deve ser bancada por uma parceria público-privada entre CPL, formada pelos produtores de álcool do estado, e governo. Com a redução dos custos com transporte, o investimento poderá ser amortizado no prazo de 10 a 12 anos.

Ainda assim, o impacto para o consumidor final é incerto. "Com certeza vai tornar o combustível mais competitivo no mercado interno, mas ainda é difícil estimar", afirma o diretor da CPL, Dagoberto Delmar Pinto.

Apesar de idealizado pela Associação dos Produtores de Bioenergia do Estado do Paraná (Alcopar), o poliduto seria útil também para o cabeamento de fibras óticas e para tornar viável o projeto de transporte de gás planejado pela Compagas.

Histórico

Ideia está há dez anos no papel

Ele já foi gasoduto, alcoolduto e poliduto. Entrou e saiu do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Agora, os idealizadores do canal garantem que o projeto está maduro o suficiente para entrar em operação até 2015.

"Os estudos estão em andamento e o projeto foi encampado pelo setor produtivo e pelo poder público", afirma o diretor da Central Paranaense de Logística, Dagoberto Delmar Pinto.

As primeiras conversas surgiram em Maringá, em 2002. Na oportunidade, o gasoduto no trajeto era visto como prioridade. Seis anos mais tarde, o projeto voltou a ser anunciado, agora como uma parceria entre o governo federal e as administrações do Paraná e Mato Grosso do Sul. O duto chegou a ser inserido no primeiro PAC, mas, por falta de estudos, foi deixado de lado.

A terceira e atual tentativa vem de 2010, quando o então governador Orlando Pessuti assinou um decreto transformando o trajeto em áreas de interesse público, o que facilitaria eventuais desapropriações. Mas somente no ano passado o IAP lançou o edital do estudo ambiental preliminar, marcando as audiências públicas.

Desde que o duto foi idealizado, o preço do litro do etanol variou 192%. Quando o preço estava mais baixo, a ideia era levar o produto para Paranaguá e exportá-lo a preços competitivos no mercado internacional. Hoje, a ideia é salvar a produção com uma distribuição mais barata no mercado interno.

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