Em uma solenidade que durou cerca de 50 minutos com a presença de representantes dos Três Poderes, o plenário do Congresso Nacional promulgou na noite desta terça-feira a emenda constitucional que garante aos trabalhadores domésticos 17 novos direitos, igualando-os com a situação dos demais trabalhadores urbanos e rurais.
Chamada de 'histórica' pelas autoridades, a cerimônia contou com a presença de seis ministros do governo Dilma Rousseff, da ex-empregada doméstica e ministra do Tribunal Superior do Trabalho Delaíde Arantes e do deputado federal e ex-senador Carlos Bezerra (PMDB-MT), primeiro subscritor da proposta de emenda à Constituição, e da presidente da Federação Nacional das Trabalhadoras Domésticas, Creuza Maria Oliveira.
Antes da promulgação da emenda, de número 72, os presentes acompanharam a execução do Hino Nacional e da música "Todo Mundo é Alguém", de autoria de Erasmo Carlos, sob a condução do coral do Senado. O presidente do Congresso, senador Renan Calheiros (PMDB-AL), entregou o primeiro exemplar da emenda aprovada à ministra das Relações Institucionais, Ideli Salvatti, para levar à presidente Dilma Rousseff o texto.
O texto, que havia sido aprovado na última votação no plenário do Senado semana passada, estabelece novas regras, como jornada diária de trabalho de oito horas e 44 horas semanais, além de pagamento de hora extra de, no mínimo, 50% da hora normal. Os direitos vão se somar àqueles já existentes, como 13º salário, descanso semanal, férias anuais e licença gestante.
A ministra Ideli Salvatti afirmou que o governo federal vai se empenhar para, no menor tempo possível, apresentar os pontos do texto legal que carecem de regulamentação para entrarem em vigor. É o caso do adicional noturno e do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS). "Não é possível ter democracia sem ter o reconhecimento de direitos", afirmou Ideli.
O presidente do Congresso, senador Renan Calheiros (PMDB-AL), afirmou que a promulgação da emenda é "um marco, um caminho sem volta, uma conquista". "Os direitos trabalhistas serão agora de todos e não só de alguns. É o enterro de um preconceito", disse. "Somente hoje, 125 anos depois (do fim) da escravidão, estamos fechando a última senzala e jogando as chaves fora e promovendo a inclusão, ainda que tardia, para os últimos brasileiros", declarou o presidente do Congresso, sob aplausos. Ele encerrou a cerimônia, sendo mais uma vez aplaudido, após abraçar Creuza Maria Oliveira, a sindicalista em nome de quem ele disse homenagear todos os 7 milhões de trabalhadores domésticos brasileiros.
-
Caminho do impeachment? 5 semelhanças e diferenças entre as brigas de Lula x Lira e Dilma x Cunha
-
Direita é maior que esquerda no Brasil, mas precisa se livrar do clientelismo
-
A crucial ajuda americana para a Ucrânia
-
Na Embrapa sindicalizada do governo Lula, agronegócio vira tabu e meritocracia perde espaço
Haddad apresenta projeto de regulamentação da reforma tributária ao Congresso
Na Embrapa sindicalizada do governo Lula, agronegócio vira tabu e meritocracia perde espaço
Pagamento de precatórios “turbina” economia e faz banco elevar projeção para o PIB
Lula critica pressão por corte de gastos e defende expansão do crédito
Deixe sua opinião