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Manifestantes cercam carro de autoridades que se aproxima do hotel Windsor: quatro horas de confronto na região onde ocorreu o leilão do campo de Libra | Ricardo Moraes/ Reuters
Manifestantes cercam carro de autoridades que se aproxima do hotel Windsor: quatro horas de confronto na região onde ocorreu o leilão do campo de Libra| Foto: Ricardo Moraes/ Reuters

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Pronunciamento de Dilma destaca valores do fundo social do pré-sal

Em pronunciamento em cadeia de rádio e televisão, a presidente Dilma Rousseff comemorou ontem o "sucesso do leilão do campo de Libra", classificando-o como "um marco na história do Brasil". A presidente destacou a conversão dos recursos provenientes do campo em investimentos em saúde e educação, por meio do fundo social criado por lei. Ao longo dos próximos 35 anos, de acordo com ela, esse fundo receberá o equivalente a preços de hoje a R$ 750 bilhões. Desse valor, 75% deverão ser aplicados em educação e 25%, em saúde. "Começamos a transformar uma riqueza finita, que é o petróleo, em um tesouro indestrutível, que é a Educação de alta qualidade", disse. Dilma reagiu ainda às acusações de que o leilão é uma pri­va­tização do petróleo. "Pelos resultados do leilão, 85% de toda a renda a ser produzida pelo campo de Libra vão perten­cer ao Estado brasileiro e à Pe­trobras. Isso é bem diferente de privatização", disse. "O Brasil é, e continuará sendo, um país aberto ao investimento, nacional ou estrangeiro, que respeita contratos e que preserva sua soberania", avisou.

Do lado de fora do Hotel Windsor, onde ocorreria o leilão, sindicalistas, estudantes e ativistas mascarados participaram de um violento protesto. O aparato de segurança, com 1,1 mil homens, embarcações da Marinha e helicópteros, não conseguiu conter cerca de 400 manifestantes, que confrontaram os militares por quase quatro horas, até mesmo na areia da praia da Barra da Tijuca. Ao menos oito pessoas ficaram feridas, atingidas por pedras e balas de borracha.

Os manifestantes incendiaram um banheiro público e lixeiras na Avenida Lúcio Costa. Placas de sinalização e um abrigo de ônibus também foram depredados pelos mascarados. Os tapumes de alumínio que cercavam uma obra na Praça São Perpétuo, a 200 metros do hotel, viraram escudos. Pedras portuguesas e pedaços de madeira, armas. Dois carros de imprensa foram alvo de manifestantes, que picharam e os depredaram. Um deles foi tombado e incendiado, servindo de barricada na tentativa de conter a Força Nacional. A repórter Aline Pacheco, da rede Record, foi agredida a socos por manifestantes. Dois repórteres fotográficos também ficaram feridos, atingidos por pedra e bala de borracha. Nenhum corre risco de morte.

Durante o protesto, alguns banhistas se juntaram aos ativistas, enquanto outros assistiam da areia ao confronto com os militares. À noite, os manifestantes voltaram a se reunir em frente ao prédio da Petrobras, no centro, após passeata pacífica pela Avenida Rio Branco. Em nota, a Frente Única dos Petroleiros (FUP), organizadora da manifestação, considerou o leilão um "crime de Lesa-pátria". Não havia ocorrido confronto até as 20h. Emanuel Cancela, diretor da Federação Nacional de Petroleiros (FNP), condenou a ação dos militares. "Fomos atacados, não havia nenhuma ação depredatória. O arsenal feriu vários dos nossos companheiros", afirmou o sindicalista, que declarou apoio aos black blocs.

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