Provedores são mesmo necessários?

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Rio – Com preponderância absoluta da tecnologia DSL, que detém 76% dos acessos – o segundo lugar, o cabo, tem 18,9%, e as conexões via rádio chegam a 3,7% –, o cenário de banda larga tem mudado consideravelmente, principalmente no último ano, devido à concorrência agressiva entre as teles e as operadoras de tevê a cabo. De acordo com o barômetro Cisco, 50% das novas conexões no primeiro trimestre deste ano já eram a cabo. O que isso significa? Que a concorrência está aumentando.

Isso, claro, se o governo não atrapalhar. É o que diz o presidente da Associação Brasileira dos Provedores de Internet (Abranet), Eduardo Parajo. Segundo ele, com a aprovação do Supersimples, os provedores ganharam uma carga tributária maior. "Sabe quantos impostos incidem sobre links de internet nos Estados Unidos? Zero. Aqui, o preço é pelo menos dez vezes mais alto", afirma. "Em compensação, se você analisar o preço do acesso discado, verá que aqui é muito mais barato que no resto do mundo. O preço médio do dial-up nos EUA é, em média, US$ 19. Aqui, você tem provedores cobrando R$ 10 ou dando de graça."

Sobre a eterna discussão sobre a necessidade ou não da figura do provedor no acesso banda larga, Eduardo diz que há uma questão na Lei Geral das Telecomunicações (LGT) que expressa a preocupação com o monopólio. "Talvez, num primeiro momento, o usuário tenda a achar que o provedor representa um custo extra e desnecessário na conta, mas o provedor é o responsável por fazer a parte lógica, que é agregar o IP. Já a operadora faz a parte física, que é entregar o DSL", diz. "A história de que o provedor não é necessário é um engano porque o custo desse serviço vai sempre existir."

Segundo Parajo, o cliente deve ter em mente que o provedor não é mero coadjuvante no processo e que incentiva campanhas de massificação da banda larga através do subsídio dos modems, dentre outras tarefas.