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Zadra, da CCZ: disciplina financeira também foi importante para balanço positivo do ano | Valterci Santos/ Gazeta do Povo
Zadra, da CCZ: disciplina financeira também foi importante para balanço positivo do ano| Foto: Valterci Santos/ Gazeta do Povo

Interior sente efeitos

No interior do estado, o impacto da crise dividiu os publicitários. Em Cascavel, o empresário Caio Gotlieb, proprietário de uma agência que leva seu nome, diz que o mercado ficou retraído boa parte do ano. "Psicologicamente, as pessoas ficaram retraídas, os empresários retardaram investimentos e isso afetou o mercado publicitário. Numa crise, a primeira coisa que se corta, erroneamente, no meu modo de ver, é o investimento em publicidade", observa.

De acordo com Gotlieb, a região Oeste foi afetada pela queda nas exportações de carnes bovina e de frango, segmento com forte apelo publicitário. Jair Reinaldo dos Santos, da Agência New Mídia, também diz ter sentido os reflexos da crise. A agência investiu em uma nova sede, aumentou a equipe, mas não teve o retorno esperado. Segundo ele, clientes ligados ao comércio foram os que mais deixaram de investir em publicidade.

A exceção, segundo Santos, ficou por conta das concessionárias de automóveis, que não deixaram de anunciar e tiveram as vendas aquecidas, estimuladas pela redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI).

Maringá

A realidade é bem diferente em Maringá, de acordo com os publicitários locais. "Pelo que temos acompanhado, a crise afetou muito pouco o setor. Acredito que o ano foi de crescimento, mesmo que tímido para alguns", destaca Walter Korneiczuk, delegado regional do Sindicato das Agências de Propaganda do Paraná (Sinapro-PR) e diretor geral da Jump Comunicação.

Korneiczuk acredita que, após a crise, o anunciante passou a se prevenir mais, principalmente na expansão dos negócios, o que também inclui o investimento em comunicação. "Em relação aos clientes da Jump, percebemos uma sensível melhora no nível de investimento, mas o que mais chama a nossa atenção é a grande preocupação para que tudo seja extremamente planejado. Ninguém quer correr mais riscos".

Luiz Carlos da Cruz, correspondente, e Marcus Ayres, do Jornal de Maringá Online

Perspectiva

Internet deve salvar mercado em 2010

Em meio à crise mundial de 2009, o mercado publicitário fechará o ano com uma queda estimada de 10%, enquanto a publicidade on-line registrou um aumento de 9,5%. A constatação faz parte de um estudo publicado pela agência inglesa ZenithOptimedia.

Os dados apontam que no próximo ano América do Norte, Japão e Europa terão crescimento modesto no setor, enquanto Ásia e América do Sul registrarão maiores crescimentos, principalmente Brasil e China.

A expectativa é que o mercado global em publicidade cresça 0,9% em 2010. Já na internet, a expectativa é que nos próximos três anos, o crescimento registrado seja de 12% a 13%.

"O preço para anunciar em mídias tradicionais são obviamente maiores. Quando mensuramos o retorno sobre o investimento, ou ROI, verificamos que é maior nas mídias digitais, apesar de serem mais baratas", explica o diretor da agência Mentes Digitais, André Telles. "Celulares, notebooks, redes sociais e outras interfaces que ainda estão por vir transmutaram a maneira como esta geração consome publicidade. Campanhas de mobile marketing, por exemplo, têm pequena taxa de rejeição, é quase impossível não ler SMS publicitário. E é uma das estratégias para o presente e futuro próximo", afirma.

Da Redação

O ano marcado pela crise financeira internacional freou alguns negócios mas, no geral, passou sem grandes prejuízos para o mercado publicitário paranaense. As maiores agências do estado vão fechar 2009 com balanço positivo e perspectiva de crescimento para 2010 – alavancado pela retomada de investimentos e pelo aumento de verbas que podem trazer a Copa do Mundo na África do Sul e as eleições presidenciais. "O ano foi bastante plural. As produtoras de áudio, por exemplo, tiveram um vácuo por dois meses, no começo do ano, mas depois foram abarrotadas de trabalho. Houve um receio no início, mas não houve um desaquecimento. O dinheiro continuou no mercado", avalia o diretor-financeiro do Clube de Criação do Paraná (CCPR), Ricardo Schrappe, que é diretor da Fuego Comunicação. "Perto do monstro que foi criado, tivemos um fantasminha camarada", brinca.O presidente da Associação Brasileira das Agências de Publicidade (Abap) no Paraná e da agência CCZ, Ciro Cesar Zadra, confirma que a crise que se imaginava não chegou ao país. "Indiscutivelmente, ela trouxe reflexos para a economia. Mas, no geral, ao contrário do que se esperava, o mercado publicitário vai fechar o ano com crescimento. Os balanços ainda estão sendo fechados, mas acreditamos em algo em torno de 7%, em média, no estado e no país", diz.

Na CCZ e na Wow, agência do mesmo grupo, os resultados devem ser 21% e 18% superiores a 2008, respectivamente. Crescimento fruto de adaptações – e mais disciplina – na gestão financeira das empresas, segundo Zadra. "Trabalhamos muito este ano da porta para dentro."

Para o vice-presidente de atendimento e planejamento da Master Comunicação, Marcelo Romaniewicz, a crise também não teve um impacto real no mercado publicitário. "Os anunciantes reagiram de maneira muito positiva. Mesmo quem estava em dúvida manteve seus investimentos nos projetos de comunicação", diz. Segundo ele, a Master deve fechar 2009 com um faturamento entre 10% e 15% superior ao de 2008, resultado da consolidação dos negócios em Brasília e Rio de Janeiro, e a conquista de novos clientes – como a telefônica Oi e as contas regionais da Fiat em 14 estados brasileiros.

Copa

Para 2010, a Copa já é vista como um dos grandes atrativos para o mercado. A diretora da Segmento Comunicação, Marilda Précoma, diz que o evento deve trazer oportunidades para todas as áreas da comunicação. "Tanto para os veículos, fornecedores, quanto para as agências, a Copa abre um leque de oportunidades. Isso em todo o mundo, mas principalmente no Brasil, onde o povo tem o futebol como marca registrada."

Essa também é a visão de Schrappe, do CCPR. "A Copa mexe muito com o comércio e, sem dúvida, aquece o mercado publicitário. Este ano ainda mais, pela expectativa em relação à próxima Copa, que será no Brasil", diz.

Mesmo com menos otimismo em relação aos impactos da Copa no mercado local, o diretor de planejamento da OpusMúltipla, Rodrigo Havro, espera que 2010 seja um ano de retomada dos projetos de expansão do setor produtivo. "Passada essa retenção preventiva, as empresas devem voltar a falar em expansão, o que traz novas oportunidades para o mercado publicitário." A OpusMúltipla deve fechar 2009 com um crescimento de 22% em seu faturamento, e com a perspectiva de um incremento de até 25% em 2010. Uma das apostas da agência para o próximo ano é a migração de todos os negócios da área de design para a Brainbox Design Estratégico (que já era parte do grupo). "Nos dois últimos anos estivemos analisando o mercado internacional de design. A Brainbox passa agora a ter um novo modelo de operação, alinhado com o dos principais estúdios de Nova Iorque e Londres." A mudança, diz Havro, deve abrir novos postos de trabalho no grupo – que em 2009 já contratou dez funcionários, totalizando 105 pessoas em seu quadro.

Segundo o sócio do escritório de design ArtOffice, Alexandre Magno, as verbas destinadas ao design estratégico vêm crescendo progressivamente nos últimos anos, em especial para os projetos destinados aos pontos-de-venda. "As verbas destinadas para esse canal de comunicação vêm crescendo devido à importância do mesmo na decisão de compra."

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