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Presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva
Eleito, Lula insiste que integrantes da transição “podem ou não” estar no novo governo.| Foto: Fernando Bizerra/EFE

O avanço dos anúncios sobre a transição de governo alimentam especulações sobre o futuro ministério do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A configuração do gabinete de transição, com 31 grupos temáticos, seria um espelho da máquina federal após as esperadas novidades na Esplanada? E os futuros ministros, já estão entre os nomes destacados para atuar até a posse?

Para a segunda pergunta, o novo presidente insiste que transição é transição, governo é governo.

Na última quarta-feira (9), quando anunciou a equipe econômica de transição, o vice-presidente eleito e coordenador da transição, Geraldo Alckmin (PSB), também reforçou a tese ao comentar que a presença dos economistas André Lara Resende e Pérsio Arida no grupo não significa necessariamente que um deles estará na Esplanada a partir de 2023. A tônica adotada por ambos é de que quem está na transição "pode ou não" estar no futuro governo.

Apesar do esforço por driblar cobranças, há muitos cotados em meio aos nomes que orbitam – e não de hoje – o grupo que assumirá o Palácio do Planalto em 1.º de janeiro. Quanto ao desenho das pastas, os grupos técnicos criados para conduzir os trabalhos de transição governamental são um indicativo do tamanho do futuro ministério de Lula:

  1. Agricultura, pecuária e abastecimento
  2. Assistência Social
  3. Centro de Governo
  4. Cidades
  5. Ciência, tecnologia e inovação
  6. Comunicações
  7. Cultura
  8. Defesa
  9. Desenvolvimento Agrário
  10. Desenvolvimento Regional
  11. Direitos Humanos
  12. Economia
  13. Educação
  14. Esporte
  15. Igualdade Racial
  16. Indústria, Comércio e Serviços
  17. Infraestrutura
  18. Inteligência estratégica
  19. Justiça e Segurança Pública
  20. Meio Ambiente
  21. Minas e Energia
  22. Mulheres
  23. Pesca
  24. Planejamento, orçamento e gestão
  25. Povos originários
  26. Previdência Social
  27. Relações Exteriores
  28. Saúde
  29. Trabalho
  30. Transparência, integridade e controle
  31. Turismo

Ponto dado como certo é o desmembramento do "superministério econômico", entregue a Paulo Guedes por Jair Bolsonaro em 2019.

A divisão deve trazer de volta as pastas da Fazenda, do Planejamento e da Indústria e Comércio, decentralizando as discussões das áreas. E o ministério do Trabalho e Previdência – recriado no fim de 2021, no primeiro esvaziamento do latifúndio confiado ao atual ministro da Economia – possivelmente será subdividido.

Durante a campanha Lula citou ainda a criação de um ministério da Micro e Pequena Empresa, mas é possível que o segmento seja acomodado em uma área dedicada dentro de Indústria, Comércio e Serviços, conforme apareceu na divisão dos grupos de trabalho da transição apresentados por Alckmin.

Os ministeriáves das áreas econômicas

O aumento o número de ministérios deve dar ao terceiro governo Lula a possibilidade de acomodar as forçar políticas que o apoiaram na disputa vencida em 30 de outubro e de construir base de apoio no Congresso.

Dentre os nomes que tem sido ventilados como cotados para as pastas da nova gestão estão aliados de primeira hora, políticos que declararam voto ainda no primeiro ou no segundo turno e integrantes da aliança construída para colocar lado a lado adversários históricos que agora serão presidente e vice.

Para a resgatada pasta da Fazenda, alguns dos ministeriáveis apontados são o ex-presidente do Banco Central e ex-comandante da pasta sob Michel Temer, Henrique Meirelles (PSD), o deputado e ex-ministro da Saúde de Dilma Rousseff, Alexandre Padilha (PT), e o próprio Geraldo Alckmin. Na semana passada, no entanto, Lula descartou que o vice possa vir a acumular um posto de ministro.

Por outro lado, um correligionário dele é encarado como possível quadro para a pasta da Indústria e Comércio: o ex-governador de São Paulo, Márcio França (PSB), derrotado na disputa do estado ao Senado.

Eleito para a Casa e integrante do núcleo de articulação política de Lula desde a pré-campanha, o ex-governador do Piauí Wellington Dias (PT) é visto como um dos eventuais nomes a ocupar o Planejamento. Outros cotados, também petistas, são Rui Costa (atual governador da Bahia), o ex-ministro Aloizio Mercadante, a deputada eleita e presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, e o também ex-ministro e candidato derrotado ao governo de São Paulo Fernand Haddad.

Nos bastidores, a ex-ministra do Planejamento de Dilma, Mirian Belchior, é vista como nome para a Infraestrutura, com papel relevante relacionado a um novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Para Indústria e Comércio Exterior, há expectativa em torno do nome de Josué Gomes da Silva, presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) e filho de José Alencar, que foi vice-presidente de Lula em seus dois primeiros mandatos.

Além dos ministérios, outros postos dentro do governo que nem sequer começou já têm possíveis ocupantes. Nas estatais, a presidência da Petrobras é apontada como eventual destino do senador Jean Paul Prates (PT) e o BNDES pode vir a ser ocupado pelo economista Gabriel Galípolo.

Recriações na Esplanada pulverizam pastas econômicas e sociais

Hoje, a Esplanada conta com 23 ministérios; sob Lula o número certamente subirá em função da promessa de criação ou recriação de uma série de pastas.

A gestão petista deve retomar os ministérios da Cultura, Cidades, Direitos Humanos, Igualdade Racial, Justiça, Mulher e da Segurança Pública. Deve ainda também desmembrar pastas, com as já citadas separações da Fazenda, Indústria, Planejamento, Previdência, Trabalho e Pesca. Também há ainda no horizonte a criação de ao menos dois ministérios inéditos: da Igualdade Social e dos Povos Originários.

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