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As maiores redes de vestuário estão atentas à concorrência internacional e querem ampliar mercado | Henry Milléo/ Gazeta do Povo
As maiores redes de vestuário estão atentas à concorrência internacional e querem ampliar mercado| Foto: Henry Milléo/ Gazeta do Povo

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Vestuário vê consolidação diante de expectativa de vendas fracas em 2015

O varejo de vestuário vive um período ruim e é justamente neste momento, porém, que algumas das grandes companhias sentem necessidade de investir. Quem tem recursos, deve abrir lojas e ganhar mercado, principalmente às custas de concorrentes menores e menos preparados.Empresas que não estão tão bem posicionadas estão restringindo investimentos e se reestruturando.

Junto com a Lojas Renner, a Riachuelo mantém para 2015 planos ambiciosos de investimentos em novas lojas. São 45 novos pontos de venda previstos, ritmo de expansão igual ao de 2014. Na Renner, também estão mantidos os planos de expansão até 2021, com abertura de 408 unidades até lá.

Além de inauguração de lojas novas, investimentos pesados em logística têm sido constantes entre os grandes do setor. Fusões e aquisições também devem contribuir para essa consolidação.

A pressão por crescer vem ainda da procura de grandes redes internacionais por um espaço no mercado brasileiro. Mesmo passando por ajustes, varejistas como GAP e Forever 21 fazem planos de crescer no país. Ainda assim, é entre redes já bem estabelecidas no Brasil que a competição é mais forte, comentou o diretor de Vendas da Marisa Lojas, Arquimedes Salles. "Estamos vendo alguns concorrentes nacionais expandindo para regiões onde eles antes não tinham loja, como o interior de São Paulo", declarou.

O ano que começa nesta semana vem cercado de perspectivas nada animadoras para o desempenho da economia brasileira. Mas, ao contrário do esperado, o varejo promete não pisar no freio em 2015. Para evitar que a concorrência ganhe espaço, os lojistas pretendem aumentar os investimentos, ainda que de forma tímida.

Pesquisa feita pela Federação do Comércio do Estado de São Paulo (Fecomércio-SP), a pedido do jornal O Estado de S. Paulo, mostra que 48% da companhias querem ampliar em 16%, em média, os investimentos em 2015, que abrangem gastos com estoques, abertura de lojas, ampliação da área de vendas e contratações de trabalhadores, enquanto 21% pretendem diminuir 14%, em média.

"O fato de quase a metade querer investir no ano que vem foi uma surpresa positiva", afirma o assessor econômico da Fecomércio-SP, Fábio Pina, responsável pela enquete que consultou 100 varejistas da capital paulista de todos os portes, na primeira semana deste mês.

O volume de vendas do varejo restrito, que não inclui materiais de construção e veículos, deve crescer 3,1% em 2014, segundo a Confederação Nacional do Comércio (CNC). "Será o pior resultado desde 2003, quando houve queda de 3,7% no volume de vendas em relação ao ano anterior", diz o economista da CNC, Fabio Bentes.

Para Pina, a expansão do investimento após um ano de vendas fracas é muito mais um voto de confiança dos empresários na nova gestão da economia, levando em conta que 2015 deve ser um ano de ajuste. "É um investimento defensivo para não perder fatias de mercado."

Ter disposição para expandir mesmo quando a conjuntura não é favorável é uma saída estratégica, explica o presidente do Conselho do Instituto Brasileiro de Executivos de Varejo (Ibevar), Claudio Felisoni de Angelo.

A rede Raia Drogasil, líder no setor de farmácias, quer avançar onde não está consolidada, sobretudo no Nordeste, onde o aumento de renda possibilitou maior acesso à saúde. Na contramão da maioria das varejistas, esse setor cresce acima de dois dígitos há pelo menos cinco anos.

Para 2015, mais da metade (55%) dos varejistas pretende ampliar a área de vendas, mas quase a totalidade (98%) não vai abrir lojas. "É um investimento pé no chão, focado em vender mais com menos", diz Pina. De acordo com a pesquisa, 24% dos entrevistados querem admitir trabalhadores em 2015 e 61% vão manter os quadros. "Esse resultado indica que os empresários querem que os funcionários rendam mais, uma vez que os encargos trabalhistas ficam mais pesados."

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