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"O aprendizado será longo e cruel, mas não estar na Bé não estar no mundo". Dessa forma Alberto Miranda, da Fundação Dom Cabral, resumiu o que significa fazer negócios com o gigante asiático. A frase, segundo ele, é do diretor-geral da Embraco na China, João Carlos Lemos a fabricante brasileira de compressores, que já está há 12 anos no mercado que ao mesmo tempo atrai e atemoriza empresários do mundo todo.

O fator China surge em toda discussão estratégica de todas as grandes e médias empresas hoje, garante Miranda, que gerencia o programa China: Oportunidades e Desafios, voltado a executivos brasileiros interessados em conhecer o mercado chinês. As oportunidades são múltiplas, mas é necessário conhecer esse ambiente, tão diverso do nosso. É preciso definir onde fazer negócio, com que segmento, quais sãos os concorrentes, conhecer direito empresarial chinês, orienta.

Quase todas as 500 maiores empresas do planeta listadas pela revista Fortune possuem operações na China ou têm negócios com o país. Apesar do crescente interesse brasileiro, atualmente há apenas 35 empresas brasileiras atuando na China. Algumas já instalaram plantas industriais lá, como a Embraco, a Embraer (no país desde 2003 em associação com a estatal Avic 2)) e a fabricante catarinense de motores elétricos WEG. Outras, contam com escritórios comerciais é o caso de Gerdau, Suzano, Banco do Brasil e Itaú/BBA.

Desde a entrada da China na Organização Mundial do Comércio, o país também passou a permitir a abertura de empresas com capital 100% estrangeiro em alguns segmentos, como o de autopeças. Noutros, é necessário um parceiro chinês. A entrada de empresas estrangeiras só segue proibida em setores considerados estratégicos, como o militar e segmentos da aviação, ainda é proibida a entrada de empresas estrangeiras. A abertura ao capital estrangeiro tem sido progressiva. Há setores que são incentivados, como aqueles que trazem tecnologia para a China, destacou Miranda.

Atrativos não faltam no mercado chinês: mão-de-obra barata, carga tributária menor, boas condições de infra-estrutura, boas reservas de capital (poupança e reservas externas). Outra vantagem citada por Miranda é o planejamento governamental de longo prazo para a atividade econômica.

Mas a China também tem suas fraquezas, como a escassez de matérias-primas, água e de energia limpa cerca de 75% da energia do país é gerada de termoelétricas base de carvão, o que faz da China o segundo maior poluidor do mundo.

Miranda também chama a atenção para um problema recorrente: as cópias. É comum os chineses simplesmente copiarem os processos das empresas que lá se instalam. Ele recomenda a contratação de uma boa consultoria em direito empresarial, especialmente em direito de propriedade intelectual. Se você proteger o produto eles vão copiar o processo, se você proteger o processo e tirar uma patente, eles vão copiar a marca, se proteger a marca vão copiar o logo, o jingle. Tem que estar muito bem assessorado em relação a isso e, ainda assim, poder correr algum risco, alerta.

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