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Quatro em cada cinco companhias que compõem o Índice da Bolsa de Valores de São Paulo (Ibovespa), principal indicador do mercado acionário brasileiro, possuem contratos de derivativos de câmbio em seus balanços mais recentes. Muitos dos casos são swaps de moedas e juros, ou contratos de compra e venda futura de dólares. Em alguns, há operações mais complexas e arriscadas.

Das 50 empresas não-financeiras do Ibovespa, 37 mantêm posições abertas com derivativos. A maior parte delas ainda não divulgou o resultado do terceiro trimestre e, nesses casos, o levantamento leva em conta as notas explicativas das informações trimestrais encaminhadas à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) referentes ao encerramento do primeiro semestre.

A forte alta do dólar nas últimas semanas teve reflexos nos instrumentos financeiros contratados por empresas brasileiras e o assunto ganhou relevância depois que Sadia e Aracruz divulgaram, entre o final de setembro e o início de outubro, perdas bilionárias.

A Sadia optou por liquidar todos os contratos, com perda de R$ 760 milhões. A Aracruz resolveu manter em aberto as operações com derivativos, que geraram uma perda contábil de R$ 2,1 bilhões no resultado do terceiro trimestre. Em 10 de outubro, foi o Grupo Votorantim quem anunciou ter desembolsado R$ 2,2 bilhões para eliminar sua exposição cambial decorrente de operações de swap com verificação em dólar.

Em meados deste mês, circularam informações de que o governo teria uma lista com o nome de 200 empresas com problemas cambiais por terem apostado na baixa da moeda norte-americana. O ministro da Fazenda, Guido Mantega, negou a existência de uma relação de nomes de companhias.

De acordo com o professor de derivativos e riscos Alexandre Jorge Chaia, do Ibmec-SP, a dificuldade de se dimensionarem os problemas é que há muitos contratos fechados entre empresas e instituições financeiras sem registro na BM&F. Na quinta-feira, o Banco Central anunciou um programa de venda de contratos de swap cambial no valor de até US$ 50 bilhões, dentro da estratégia de reduzir o impacto da crise financeira sobre a economia brasileira, tirando a pressão sobre o dólar.

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