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Ao mesmo tempo em que indústrias importantes como as de máquinas e veículos reduzem pessoal e produção, a fabricação de produtos alimentícios e bebidas atravessa um período repleto de incertezas. Por causa da longa estiagem, o segmento mais forte da indústria paranaense – responde por quase 22% da produção total – terá pela frente o desafio de crescer em meio à perspectiva de uma safra pelo menos 30% inferior à planejada.

A colheita menor de soja e milho tende a afetar a produção de rações, farinhas, óleo e farelo de soja, produtos que representam cerca de um terço da amostragem de alimentos do IBGE. Com peso de 20% na mesma amostragem, a produção de carne de frango tem tudo para ficar abaixo da registrada em 2008. "A estiagem está encarecendo a ração que alimenta os plantéis. Mas, por causa da queda da demanda internacional, o preço de venda da carne caiu até 20%, dependendo do corte. Com isso, nossa rentabilidade diminuiu", conta Ciliomar Tortola, diretor industrial da Frangos Canção, de Maringá (Noroeste do Paraná). "Muitas empresas, descapitalizadas, deram férias coletivas, algumas, menores, fecharam. Por isso, o número de abates dificilmente voltará ao nível que vimos em 2008." Além disso, para limitar a baixa dos lucros, várias empresas do setor adotaram a estratégia de reduzir a produção e, assim, forçar uma recuperação dos preços.

Fabricante de laticínios e derivados de carne suína, a Frimesa, de Medianeira (Oeste), mantém previsões otimistas para 2009. "A produção de suínos e embutidos, que representa 60% de nosso faturamento, deve crescer 18% neste ano. No setor de lácteos, o cenário não é tão bom. A produção deve repetir a de 2008 e o faturamento subir 8%, por conta da aposta em produtos de maior valor agregado", diz Elias Zydeck, diretor-executivo da empresa.

Mas ele admite que alguns fatores causam apreensão. Os produtores rurais, fornecedores da Frimesa, continuam com dificuldade em obter crédito. Isso obriga a empresa a financiá-los, o que fica caro para os dois lados. "A perspectiva de aumento do desemprego em todo o país também nos preocupa. Com menos dinheiro no bolso, a população consome menos."

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